A deputada estadual Rachel Marques (PT) criticou nesta quinta-feira, 5, o projeto “Escola sem Partido”, que tramita no Congresso e foi tema de audiência nesta semana na Assembleia. Afirmando que o projeto promove “perseguições políticas”, a deputada acusou a organização do evento de barrar pessoas contrárias à proposta na discussão.
“Uma audiência pública sugere, acima de tudo, a participação do público, o confronto de ideias e de posições diferentes, e, ao impedir que o contraditório esteja presente na discussão, estamos permitindo que só um setor da sociedade e um tipo de pensamento seja representado”, afirmou a deputada.
Organizadora da audiência, Dra. Silvana (PMDB) rejeitou qualquer tipo de arbitrariedade na condução do evento, que teria tido “aproveitamento ótimo”. “Como presidente da Comissão, fiquei muito satisfeita com nosso debate e quero me colocar à disposição para mais audiências sobre o tema. Agradeço a todos que estiveram presentes e creio que nosso aproveitamento foi ótimo”, disse.
No dia do evento, leitores procuraram o Blog Política e afirmaram terem sido barrados no evento. Entre eles, o ex-secretário de Educação de Fortaleza, Idevaldo Bodião. Outros presentes, no entanto, negaram qualquer perseguição e disseram que policiais apenas evitavam a ocupação excessiva das salas de comissão. “Eles chegaram tarde”, disse.
A deputada Augusta Brito (PCdoB), no entanto, também afirmou ter recebido relatos de pessoas contrárias ao projeto barradas na Casa. “Pelo que eu entendo, uma audiência pública é para as pessoas participarem, e quando é vetada essa participação, de quem quer que seja, ela não é mais pública”, disse.
Perseguição política
Para Rachel Marques, o Escola sem Partido põe em risco qualquer prática pedagógica, que poderia ser classificada como “doutrinação”. “Defendo o direito à educação e o direito à liberdade de opinião e expressão por parte dos educadores, em uma educação libertária, com uma pedagogia emancipatória”, disse.
Presente no evento, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) rejeita a tese, afirmando que a proposta não é “mordaça”, mas sim combate à doutrinação de “cartilhas socialistas”. “A esquerda está desesperada, porque os alunos deixarão de ser audiência cativa de discursos ideológicos dos professores”, disse.