Cid Gomes é absolvido por ter corrido em aeroporto (Foto: Mauri Melo /O POVO)

O ex-governador Cid Gomes (PDT) foi absolvido por, ainda no seu mandato à frente do Estado em 2012, ter corrido na pista do Aeroporto de Salvador e atrapalhado a aterrissagem de dois aviões. A sentença é do último dia 25 de outubro, do  juiz Antônio Oswaldo Scarpa, da 17ª Vara Especializada Criminal do Estado da Bahia.

O caso ocorreu no dia 9 de novembro daquele ano, quando ele, apressado para ir a um encontro com a então presidente Dilma Rousseff (PT) em um evento da Sudene, não quis esperar autorização da torre de comando para desembarcar.

O feito foi processado pelo Ministério Público, com base no artigo 261 do Código Penal Brasileiro, que pune com dois a cinco anos de reclusão ato que exponha a perigo “embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”.

O juiz considerou, no entanto, que “não é possível presumir” que os transtornos causados pelo então governador tenham gerado “perigo concreto”, porque o desembarque de Cid foi imediatamente relatado à torre de comando e também porque ele não teria sido informado dos possíveis riscos da ação.

Relembre

O piloto do avião contou em depoimento, que Cid o indagou “reiterada e insistentemente sobre o excesso de espera”, ao que ele respondeu que “estava aguardando autorização da torre”, relata a sentença.

Diante da resposta, Cid disse que “se (ele) não cruzasse a pista naquele instante, iria descer e atravessar a pé Não tendo sido atendidas as expectativas do então governador, afirmou o piloto que foi surpreendido pela abertura da porta da aeronave”, descendo e sendo seguido pelo seu secretário de Governo Nelson Martins.

O piloto, então, relatou imediatamente o ocorrido à torre de comando, que atuou para atrasar a aterrissagem de dois voos, um da Gol e outro da Avianca. No texto, o juiz ainda diz que a suspensão das operações de pouso são procedimentos da aviação muito comuns e frequentes no mundo inteiro, “muito embora as causas não sejam as mesmas que (…) do presente caso”.

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Letícia Alves

Repórter de política do jornal O POVO. Política local e nacional, bastidores e reportagens investigativas. Para sugestão de pautas, entrar em contato pelo e-mail: leticiaalves@opovo.com.br

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