Wagner move uma série de outros processos contra o ex-ministro (Foto: Divulgação/AL-CE)

Wagner move uma série de outros processos contra o ex-ministro (Foto: Divulgação/AL-CE)

O deputado Capitão Wagner (PR) disse nesta quinta-feira, 4, que irá doar para clínicas de reabilitação de dependentes químicos todo o dinheiro que receber de processos que move contra Ciro Gomes (PDT) na Justiça. Conforme noticiou O POVO desta quarta, Ciro foi condenado a pagar mais de R$ 30,6 mil por ter chamado Wagner de “chefe de milícias”.

Em entrevista ao Blog Política, Wagner se disse “feliz” com a decisão e manteve a promessa de doação. “É uma decisão na 1ª instância, então ele ainda vai recorrer, mas ficamos felizes, até porque foi cometida uma injustiça à época. Agora, na verdade são vários processos que a gente tem contra ele, tem pelo menos outros cinco ou seis”, afirma.

Na mensagem que motivou a ação, Ciro acusa Wagner de “chefiar milícia” na Polícia Militar do Ceará e o chama de “frouxo” e “fuxiqueiro”. A sentença foi emitida em 19 de dezembro passado pela juíza Roberta Pontes Maia, da 38ª Vara Cível de Fortaleza. Ela destacou entendimento do STJ de que o direito à livre expressão “não é absoluto”.

Em sua defesa no processo, o ex-ministro dizia ter exercido liberdade de expressão, com “crítica política inerente ao processo eleitoral”. Ele também alega ter sido alvo de ofensas e acusações por Wagner em diversas ocasiões.

Wagner rebateu a tese: “Criticar é natural, agora acusar, caluniar, criar factoides atribuindo crime a alguém, isso não faz parte do jogo político. Isso é crime e ele tem que responder por isso”, afirma Wagner.

Mensagem no Facebook

A postagem que motivou a ação foi publicada por Ciro em sua página do Facebook em 14 de junho de 2014. No texto, o ex-ministro contestava rumores de que Capitão Wagner seria indicado secretário da Segurança do Estado caso Eunício Oliveira (PMDB) vencesse disputa pelo governo do Ceará.

“O povo precisa saber se Eunício vai nomear um vereador [função de Wagner à época] jovem, inexperiente e investigado como chefe de milícia, como secretário de Segurança Pública do Ceará”, disse Ciro, que ainda chama Wagner de “mocinha fuxiqueira” e covarde.

“O promovido [Ciro] fez opções infelizes de substantivos e adjetivos que superam o direito de opinar, de informar, de discutir politicamente, revelando-se propriamente em ofensas à honra e à imagem da vítima”, registrou a juíza na sentença.

Na época da publicação, no entanto, Capitão Wagner revidou críticas de Ciro, chegando a acusar indiretamente o ex-ministro de cometer crimes e consumir drogas.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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