A motivação do atentado contra o candidato à Presidência da República, Jair Messias Bolsonaro (PSL), é, agora, principal questão a ser desvendada pela Polícia Federal (PF) em investigação. Para isso, a afirmação do autor da facada, Adélio Bispo de Souza, de que desferiu o golpe em Bolsonaro a mando de Deus, é colocada sob suspeição.

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luis Boundes, colheu relatos de amigos policias que presenciaram o depoimento de Bispo de Souza. Ele disse ao Blog Política que o réu confesso apresentou “quadro normal” após a prisão, com “sequência de pensamentos normais”. Assim, o tratamento da PF com o detento, alojado em presídio federal em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, não está sendo diferenciado.

Boudens diz que uma avaliação psicológica foi encaminhada, sem previsão de resultado. Esclarece ainda que, embora haja possibilidade de Bispo de Souza ter problemas psicológicos, é comum “o alto estresse ser confundido com surto psicótico”. Para ele, isso é comum em abordagens.

Em nota à imprensa sobre a investigação, a PF diz que tenta “identificar todas as possíveis conexões e motivações do crime, além de esclarecer, em toda a sua extensão, as demais circunstâncias vinculadas ao fato criminoso. Para tal, são realizadas diversas diligências policiais como a coleta de depoimentos, a análise de dados financeiros e de outros dados existentes em imagens, mídias, computadores, telefones e documentos apreendidos”. O presidente da Fenapef assegurou: “muito breve nós vamos ter alguma resposta”.

O que diz a defesa

Conforme a Agência Brasil, a defesa do criminoso sustenta que ele é politizado e consegue se expressar normalmente, mas um perfil psicológico poderá trazer à tona questões relacionadas  à psicopatia, antipatia e insanidade. É sustentado ainda que ele teria feito uso de medicação controlada em 2017. Diz ainda que ele agiu sozinho e que outra motivação seria o “discurso de ódio” propagado por Bolsonaro.

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Carlos Holanda

Repórter de Política do O POVO

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