Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) é, no cenário da noite desta sexta-feira, 14, o mais provável segundo turno para esta eleição. Mais que o resultado estático da pesquisa Datafolha, importam os movimentos. E o desta noite mostra o seguinte:

1) Bolsonaro segue em alta. Estivesse parado já seria ótimo para ele. Cresce pouco, mas constantemente.

2) Haddad sobe, e com velocidade.

3) Ciro Gomes (PDT) está parado.

4) Geraldo Alckmin (PSDB) oscila para baixo.

5) Marina Silva (Rede) cai de forma acentuada.

Esses movimentos importam mais que o simples quadro isolado de Haddad e Ciro rigorosamente empatados. Eles estão iguais no quadro estático. Mas, a evolução de quatro pontos do petista o coloca muito, mas muito melhor na perspectiva de uma campanha em movimento.

Fernando Haddad no primeiro discurso como candidato

Haddad foi lançado candidato na última terça-feira

Vantagens de Haddad

Haddad tem mais tempo no horário eleitoral, estrutura, força partidária. Entrou só agora na campanha e a transferência de votos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ele apenas começou. Está em vantagem em relação a Ciro.

O que de modo algum significa que Ciro esteja fora do páreo. Ele tem feito agressiva campanha contra Haddad. Tem demonstrado solidez na candidatura. Mas, os votos que eram de Lula vão preferencialmente para o petista. E, se até então Ciro tinha o voto útil a seu favor, agora ele pende para Haddad.

Humor do mercado

Porém, o petista terá um grande obstáculo. Ele vem sendo criticado por Ciro e será muito mais pelos demais concorrentes a partir de agora. E não só pelos candidatos.

O mercado começará a próxima semana inquieto com o quadro de Bolsonaro e Haddad, com Ciro correndo por fora, como os mais prováveis nomes para presidir o Brasil. Também nos meios de comunicação a oposição ao PT é grande. Ele será questionado e criticado como não foi até hoje na vida.

Em pouquíssimo tempo, haverá movimento para levar ao segundo turno alguém que não seja Haddad. Que não seja ligado a Lula. Ciro pode ganhar aí. Pode virar o candidato do mercado. De maneira alguma é o preferido. Alguns segmentos ainda não desistirão de Alckmin. Marina, pela trajetória, parece inviabilizada.

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Érico Firmo

Colunista de Política e editor do O POVO

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