Camilo Santana criticou Eduardo Girão.
(Foto: Mauri Melo/O POVO).

O governador reeleito Camilo Santana (PT) afirmou nesta segunda-feira, 8, em entrevista ao programa CETV, da TV Verdes Mares, que o candidato eleito ao Senado Federal, Eduardo Girão (Pros), já “começou errado” sua caminhada na política. O governador respondeu a críticas feitas pelo senador eleito à segurança pública, além do voto declarado no candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL).

“Primeiro, o partido dele apoia o (Fernando) Haddad (nacionalmente). Segundo, se ele prega tanto a paz, como ele defende o candidato que mais estimula a violência, as armas neste País?”, questionou. Se referiu ainda a Bolsonaro como candidato. Segundo o governador, em 27 anos de Câmara dos Deputados, o candidato não fez nada.

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Ele afirmou, entretanto, que dialogará com todos os senadores eleitos no Ceará, inclusive Girão. “A responsabilidade dele agora é ajudar o Ceará, que não fique só no discurso”.

Camilo se disse surpreso com a derrota do aliado Eunício Oliveira (MDB). Ele destacou a alta possibilidade que o emedebista  teria, se fosse eleito, de voltar a presidir o Senado. Segundo Camilo, a reeleição de Eunício ajudaria muito o Ceará, já que quem preside o Congresso tem muita influência. “Acho que o Ceará perdeu”, opinou.

Procurada, a assessoria de comunicação do ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube disse que o consultará sobre uma resposta ou não ao comentário do governador.

Confira nota enviada pela assessoria de Eduardo Girão em resposta ao governador:

Me parece que quem está criando incoerência entre discurso e prática é o próprio governador. Ele é do PT, que apoia nacionalmente a candidatura de Haddad à presidência da República, mas apoiou Ciro Gomes do PDT aqui no Ceará, e ainda construiu uma aliança informal com o emedebista Eunício Oliveira, que apoiava Haddad enquanto o partido lançava nacionalmente o Henrique Meirelles. No meu caso, houve liberdade total do partido e da coligação para decidir a quem apoiar nacionalmente – tanto que o presidente do Pros no Ceará, Capitão Wagner, também apoiou Jair Bolsonaro, desde a pré-campanha. Isso foi nossa condição para entrar no partido. É uma retórica que não faz sentido, e aparenta ser mera tentativa de se esquivar de problemas reais no Estado do Ceará.

Incoerência seria eu, que tanto luto por renovação política no Brasil, pelo avanço da Lava Jato, do combate à corrupção e pela ética na política, apoiar o PT, símbolo maior de corrupção na política do País. Incoerência seria apoiar um candidato que tem denúncias de corrupção e é orientado por um ex-presidente condenado.

Lamento muito a postura derrotista do governador, que já decreta, tão facilmente, que “o Ceará perdeu” com minha eleição. Não acredito que o Ceará precise de autoridades que desistam de seus representantes tão cedo, antes de qualquer tentativa de diálogo. Da minha parte, o Estado e o governador podem ter certeza que encontrarão um representante aberto a ajudar no que for possível para melhorar a vida do povo.

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Carlos Holanda

Repórter de Política do O POVO

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