Governador do Ceará Camilo Santana (PT) participa em São Paulo de encontro com Fernando Haddad (Foto: O POVO)

O governador Camilo Santana (PT) afirmou em entrevista que, se o candidato à Presidência fosse o aliado Ciro Gomes (PDT) e não Fernando Haddad (PT), uma virtual chapa PT/PDT poderia ter vencido ainda no primeiro turno.

“É difícil avaliar, mas, do jeito que foi, a gente poderia até ter tido uma vitória no primeiro turno”, disse Camilo. “Isso pela força do PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela possibilidade do nome de Ciro Gomes agregar mais o país”, acrescentou.

As declarações foram dadas ao jornal Folha de S. Paulo.

Reeleito ainda no primeiro turno com 79% dos votos, Camilo está na capital paulista, onde participa de encontro com Haddad e a cúpula petista.

O objetivo agora é traçar a estratégia do segundo turno da campanha contra Jair Bolsonaro (PSL).

O militar encerrou as eleições na frente no último domingo, com 46% dos votos válidos, contra 29% de Haddad. A propaganda política recomeça na próxima sexta-feira, 12.

Na mesma entrevista, Camilo aconselha que o presidenciável da legenda deixe de lado o figurino petista para facilitar a adesão de outras forças no segundo turno.

“O Haddad tem de se apresentar não como candidato simplesmente do PT, mas como alguém acima do PT”, afirma. “Agora ele tem de apresentar quem é o Haddad e ter um discurso de união, de diálogo e de distensionamento.”

O governador do Ceará então recomendou que o presidenciável afaste “um pouco essa marca do PT” nesta nova etapa da disputa.

Dentro do PT, essa postura causa divisão. Uma parte da sigla defende o fortalecimento do vínculo de Haddad com o ex-presidente Lula.

Outra, que o candidato passe a se mostrar com mais autonomia para o eleitorado, reduzindo inclusive as visitas ao padrinho político na carceragem de Curitiba, onde ele está preso há sete meses.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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