O jornalista político Fabien Leboucq escreveu para o jornal francês Liberation, que colheu informações dos seus colegas nas redes sociais que “o presidente de extrema direita do Brasil eleito no Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), foi financiado pelo Carrefour.” A mesma informações circulou nos sites wikistrike.com, editoweb.eu, Revolution Permanente, Bastamag, France News Yahoo e no canal do YouTube, 28 minutes (veja o vídeo ao final do post), e pode ser visto como um financiamento indireto do Carrefour, através de Abílio Diniz.

“A informação liga ao fato de que o principal acionista brasileiro dos supermercados gigantes, Abílio Diniz, doou para candidatos do Partido Social Liberal (PSL) de Bolsonaro para eleições gerais”, aponta Fabien Leboucq. O empresário brasileiro possui 7,86% das ações do grupo Carrefour, e faz parte do Conselho de Administração da gigante do varejo francesa. Integrante da lista da Forbes, tem fortuna estimada em U$ 2,7 bilhões (R$ 13,8 milhões).

Segundo a publicação, o empresário deu R$ 1,2 milhão nas eleições gerais de 2018. E entre os beneficiários de sua generosidade, há a presença de dois membros do partido de extrema-direita de Bolsonaro, Rio e São Paulo. “Cada um deles se beneficiou de R$ 50.000 da Diniz. No entanto, essas doações para dois candidatos do PSL representam apenas 8,33% do valor total pago por Abilio Diniz. No total, o bilionário doou a 19 candidatos de 11 partidos. Os candidatos do Partido Social Democrata (PSD) obtiveram quase 80.000 euros, os do MDB de Temer e do Partido Novo cerca de 60.000 euros, cada. Já os candidatos dos Democratas (DEM) receberam cerca de 30.000 euros em doações”, informa o Liberation.

Já o Wikistrike.com aponta as justificativas que levaram o milionário a ter essa opção, devido a situação de crise política no Brasil. “Obviamente, a escolha de Abílio Diniz concentrou-se em Bolsonaro, o candidato de direita que hoje é presidente do Brasil. Defendendo um programa ultraliberal de privatização em direção à capital das potências imperialistas, e Bolsonaro se beneficiou do apoio de alguns da burguesia brasileira, que não queria ver o PT no poder.”

O Bastamag, outro site que levantou informações a despeito do interesse da rede francesa em ter bom relacionamento com o novo presidente, também lembrou do crescimento do PSl nesse pleito. “O partido de Jair Bolsonaro, completamente marginal antes destas eleições, conta hoje 52 eleitos no Congresso. Isso faz com que seja a segunda maior fatia na câmara do parlamento brasileiro, atrás somente do Partido dos Trabalhadores (PT). Alguns desses novos deputados de direita pediam a proibição de partidos de esquerda, a classificação como organizações terroristas de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST) ou o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MST), e o trabalho forçado para pessoas sentenciadas à prisão”, finaliza a publicação.

https://www.youtube.com/watch?v=qSS6bvaSfeo