O ex-tucano General Theophilo, então candidato ao Governo do Ceará, e Mayra Pinheiro (PSDB), que disputou vaga no Senado: ambos no governo Bolsonaro (Foto: Divulgação)

À frente do Mais Médicos em todo o Brasil a partir do ano que vem, a cearense Mayra Pinheiro (PSDB) já tem uma prioridade para quando assumir a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (STGES): uma reformulação no edital do programa.

Convidada pela equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o posto, subordinado ao Ministério da Saúde, Mayra quer priorizar “os municípios considerados de extrema pobreza”.

Segundo a médica e ex-candidata ao Senado, “hoje o edital é uma corrida maluca”, com todas as vagas abertas ao mesmo tempo, o que possibilita que os médicos que se inscrevem optem pelos municípios com mais estrutura e próximos dos grandes centros urbanos.

A intenção, ela afirma, é selecionar médicos primeiramente para as cidades mais vulneráveis e só depois ampliar a seleção para outros municípios.

Essa medida sanaria problema de falta de médicos em regiões mais necessitadas, defende a ex-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec).

O Ceará dispunha de 448 profissionais cubanos atuando em 118 municípios até o dia 19 de novembro, último dia trabalho dos profissionais estrangeiros no Estado.

No País, edital lançado pelo governo federal recebeu 34.357 inscrições para 8.393 vagas.

De acordo com dados do Ministério da Saúde atualizados nesta terça-feira, 4, ainda restam 124 vagas em 28 municípios em aberto.

A localidade que concentra o maior número de vagas ainda não preenchidas é o Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Solimões, no Amazonas: 22.

Além do estado, Amapá e Pará também têm vagas ociosas.

Ainda sobre o Mais Médicos, Mayra defende mudança de nome do programa, que passaria a se chamar “Mais Saúde”, contemplando outras categorias além dos médicos. De acordo com a tucana, esse seria o cenário ideal.

Questionada sobre a qualidade do trabalho dos médicos cubanos, a futura chefe da STGES disse que “não teria, de forma qualitativa, como avaliar”.

Em seguida, ressalvou que “algumas pessoas” não estavam preparadas (para o atendimento médico).

“Não eram médicas”, acrescentou. “A formação cubana é diferente de qualquer formação da maioria das escolas do mundo. Cuba não tem condições de formar nesse número que eles exportam.”

Ainda conforme a tucana, “não é possível que Cuba consiga mandar esse número de profissionais tendo apenas uma faculdade de Medicina”.

Para ela, a retirada dos cubanos “foi uma retaliação ao povo brasileiro por não aceitaram essas exigências”.

Em 2013, Mayra Pinheiro participou de ato de médicos que vaiou a primeira leva de cubanos que chegaram ao Ceará.

Um ano depois, em 2014, disputou eleição para deputada federal. Recebeu 25 mil votos, a segunda mais votada no PSDB, mas não conseguiu garantir assento na Câmara.

Em 2015, Mayra chegaria à presidência do Simec.

Em Brasília nesta terça, a médica ainda não se reuniu com o presidente eleito, que está na capital federal para rodada de conversas com partidos.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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