Jean Wyllys vive sob escolta policial desde março do ano passado (Foto: Agência Câmara)

Jean Wyllys vive sob escolta policial desde março do ano passado (Foto: Agência Câmara)

O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) anunciou nesta quinta-feira, 24, que irá abrir mão do mandato no Congresso e deixar o Brasil. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o parlamentar, eleito em outubro passado para o terceiro mandato consecutivo, revelou que tem recebido reiteradas ameaças de morte e que irá se dedicar exclusivamente à carreira acadêmica.

“O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, diz o deputado, que vive sob escolta policial desde o assassinato de sua correligionária Marielle Franco, em março do ano passado.

De acordo com o deputado, também pesou na decisão recente informação de que familiares de ex-PMs ligados ao assassinato de Marielle trabalharam no gabinete do senador eleito Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio de Janeiro. “Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mão do sicário”, disse à Folha.

“O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, diz. Com a saída de Jean da Câmara dos Deputados, o suplente David Miranda (Psol-RJ) deverá ser efetivado na vaga.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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