(Foto: Júlio Caesar/O POVO)

O senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) afirmou em entrevista ao portal de notícias Brazil Journal, publicada nesta quinta-feira, 14, que percebe sensação de “bate-cabeça” no Governo Federal. A afirmação se deu no contexto da aprovação ou não da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.

O cearense avalia que o governo “não é uno”, existindo vários núcleos no entorno do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que não têm convergência de entendimentos. Para ele, não há liderança clara de representação do Governo. No Senado, exemplifica, a briga pela função está aberta.

A declaração vem um dia após desentendimento envolvendo Bolsonaro, o filho e vereador, Carlos Bolsonaro, e o secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL).  Carlos divulgou áudio em sua conta no Twitter com a fala do pai. O conteúdo mostra a voz do presidente recusando conversar com Bebbiano.

LEIA TAMBÉM: Juntos, Tasso, Girão e Cid serão titulares em seis comissões no Senado

“Gustavo (Bebianno), tá complicado eu conversar ainda, então não vou falar. Não vou falar com ninguém a não ser o estritamente essencial. Estou em fase final de exames para possível baixa hoje, tá ok?”, diz Bolsonaro em áudio divulgado por Carlos. Ele ainda retweetou postagem do filho.

Bebianno é personagem central da crise no PSL, envolvendo candidaturas laranjas. O ministro, contudo, nega qualquer desconforto político com o presidente.

Tasso raciocina que o aparente desalinho entre os integrantes da cúpula do Palácio do Planalto é só uma preocupação em meio a outras.  Mesmo com este cenário, palpita que a reforma já está pronta, aguardando o “amém” de Bolsonaro.

Sobre a alteração no atual modelo previdenciário, diz que não é mais tabu para ninguém, embora considere tema difícil. Fala que até o Partido dos Trabalhadores (PT) é ciente da importância da aprovação, considerando a diferença de concepção de reforma defendida pela sigla.

Em relação ao calendário, Tasso projeta que aprovação ainda no primeiro semestre é pensamento otimista, mas não irreal, já que o prazo foi estipulado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), “que tem aquilo ali na palma da mão”. Dois meses de tramitação no Senado também não é impossível, afirma.

About the Author

Carlos Holanda

Repórter de Política do O POVO

View All Articles