O governador Camilo Santana (PT) e o senador Cid Gomes (PDT) tiveram quebrados os sigilos bancário e fiscal, por decisão da Justiça Federal. Os dois são investigados em inquérito sobre a concessão de benefícios tributários ao grupo JBS, em troca de doações de campanha. A informação é do O Globo. O POVO buscou fontes da Justiça Federal do Ceará e do Ministério Público Federal, mas, até as 22 horas desta sexta-feira, 1º, não havia conseguido confirmar a decisão.

Cid era governador e Camilo concorria ao cargo no período ao qual as investigações se referemO governador Camilo Santana afirmou, por meio da assessoria, que não tem conhecimento da quebra de sigilo bancário e que “jamais foi sequer notificado para esclarecer qualquer fato a respeito do referido caso no âmbito da Polícia, do Ministério Público ou da Justiça Federal”.

O POVO fez contato com a assessoria de Cid Gomes e aguarda resposta.

O período sobre o qual será levantado o sigilo vai de janeiro de 2011 a dezembro de 2017. Ou seja, começa a partir do início do segundo e último mandato de Cid Gomes como governador.

Segundo depoimento de um dos donos da JBS, Wesley Batista, Cid e seus emissários teriam pedido doações à campanha de Camilo Santana em 2014, em troca de liberação de créditos à empresa Cascavel Couros, que pertence ao grupo JBS e recebe incentivos fiscais do Estado.

O Ceará tem um modelo específico de incentivo fiscal. No lugar de isenção, as empresas pagam o imposto e recebem uma compensação. Conforme a denúncia, contudo, a liberação desse crédito ocorria mediante a liberação de doações eleitorais.

Entre junho e outubro de 2014 – entre a homologação das candidaturas e a eleição, o governo Cid pagou R$ 111,6 milhões em créditos para a JBS. Conforme O POVO revelou em 2017, a primeira doação de campanha da JBS ocorreu quatro dias após o primeiro pagamento de crédito do Estado à empresa.

About the Author

Érico Firmo

Colunista de Política e editor do O POVO

View All Articles