André Fernandes disse que pediu para sair da presidência por estar decepcionado com o partido. (Foto: Mateus Dantas/O POVO)

 

O deputado estadual André Fernandes (PSL) anunciou a saída da presidência da comissão municipal da legenda. Em entrevista ao Blog Política, o parlamentar afirmou que pediu ao deputado federal Heitor Freire, presidente estadual da sigla, para sair do cargo. Ele disse que a conversa ocorreu ontem e foi tranquila.

A assessoria de imprensa de Freire foi contactada para confirmar a informação, mas ainda não deu retorno sobre a questão.

“O PSL era para ser o melhor partido, mas tenho me decepcionado ultimamente. Eu não visto camisa de partido não, na verdade meu partido é o Brasil”, afirma Fernandes. Ele explica que a decepção é pela atuação de parlamentares eleitos pelo PSL a nível federal. ” Brasília tem essa decepção com políticos estilo Alexandre Frota”, cita.

Mas ele diz que a decepção “é nacional, não é só Brasília não”. “São pessoas que antes se elegeram dizendo lutar por uma nova política, e hoje se mostram até piores do que velhos políticos”, critica. Por conta disso, ele afirma que “não me sinto agradável em presidir o partido Fortaleza”.

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Ele cita ainda outras situações complicadas que tinha que enfrentar a frente do diretório municipal. ” É difícil eu sentar como presidente (do PSL Fortaleza) sendo o vice-presidente o vereador do PSL (Marcelo Lemos) que é o único vereador do PSL e é da base do Roberto Cláudio”, narra. Segundo Fernandes, Lemos é “do antigo PSL, antes de Bolsonaro entrar” e é “amigo do Roberto Cláudio”.

Questionado se pretende deixar o partido por conta dessas decepções, ele afirma que não. “Sei que não existe política sem partido. De fato, hoje eu tenho partido porque é necessário”, afirma. Fernandes diz não ver “um partido que combine” consigo, que “um é menos pior do que o outro” apenas. “Mas não, não tenha essa intenção (de sair) não”, enfatiza.

Fernandes também alega uma perda dos princípios norteadores da legenda, como o conservadorismo, já que muitos que procuram o partido se preocupam mais com a projeção dada ao PSL nacionalmente. “Hoje é um partido grande, é o partido maior, que tem mais deputados federais. É o partido do presidente”, lembra.

“De fato, estão procurando, sem viés ideológico, sem concordar com o conservadorismo”, relata. Em sua opinião, seria necessária uma “peneira” grande para a filiação. “Se depender de mim, só entra se for de direita, pessoas corretas, conservadoras e que lutem por uma nova política”, diz ele que se considera mais rigoroso quanto a novas filiações. “Eu não sei se sou extremista por isso”.