Brasília – O procurador Deltan Dallagnol participa da palestra (José Cruz/Agência Brasil)

Pode parecer que, no mérito, o teor do áudio do procurador Deltan Dallagnol soe menos grave. Afinal, ouve-se ali um integrante da Lava Jato a celebrar decisão do Supremo que confirma entendimento do Ministério Publico Federal, a saber: o de que Lula, preso em Curitiba, não poderia dar entrevista naquele momento. Nada de outro mundo, portanto.

Ocorre que o áudio não é peça isolada, mas parte de um conjunto de indícios que, aos poucos, consolidam a tese de que o então juiz Sergio Moro colaborou com a investigação no processo do ex-presidente. E de que Dallagnol se valeu das pistas que o magistrado ia distribuindo a uma das partes, ora para robustecer a acusação, ora para atuar politicamente em defesa do próprio Moro.

Nesse contexto, o áudio se torna elemento crucial. Além de fornecer mais provas de que se trata do procurador, funcionando como autenticador das mensagens até aqui publicadas pelo The Intercept Brasil, o documento enriquece a narrativa de que o time da Lava Jato agiu politicamente.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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