Pesquisa revela que o endividamento do consumidor cresceu em fevereiro, mas ainda é menor que no mesmo período de 2018 (Foto: Divulgação).

A pesquisa é realizada mensalmente e tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor fortalezense, visando conhecer o comprometimento financeiro desse, em relação ao comércio local

A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada em fevereiro de 2019, aponta que 60,5% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice veio +4,7 pontos percentuais acima do indicador do último mês de janeiro (55,8%), mas abaixo da medição de fevereiro do ano passado (70,5%).

O tempo médio de atraso é de 66 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 66,9% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 20,8%, seguido da contestação da dívida (9,3%).

Dados apontam que a taxa de inadimplência potencial teve acréscimo de +0,6 pontos percentuais, passando de 7,6%, em janeiro, para 8,2%, o número de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos neste mês. A proporção de pessoas com contas ou dívidas em atraso aumentou +1,4 pontos percentuais, passando de 19,3% dos consumidores, em janeiro, para 20,7% neste mês.

Perfil do Inadimplente
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 9,1%), com idade acima de 35 anos (9,4%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (8,8%).

Em Fortaleza, 60,5% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 73,6% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 11,8%; carnês e crediários, com 8,2%; empréstimos pessoais, com 7,1%; e cheque especial, com 3,1%.

O consumidor utilizou o crédito para:
• Consumo de itens de alimentação (44,3% das respostas);
• Realização de despesas de educação e saúde (34,0%);
• Aquisição de eletroeletrônicos (32,4%); e
• Compra de artigos de vestuário (29,8%).

O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.377, com prazo médio de sete meses, comprometendo 35,3% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também revela que 77,6% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 11,7% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 10,6% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se:

• A falta de orçamento e controle dos gastos, com 55,4%;
• Desemprego, com 22,7%;
• As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 20,7%;
• O aumento dos gastos considerados essenciais, com 10,0%;
• Compras antecipadas, com 9,6%;
• Redução dos rendimentos, com 9,2%; e
• Gastos imprevistos, com 8,0%.

Diferença entre endividamento e inadimplência
Todo inadimplente está endividado, porém, nem todo endividado está inadimplente. Quando uma pessoa realiza um financiamento bancário ou tem contas no cartão de crédito, por exemplo, ela assume dívidas. No entanto, o que diferencia o endividado do inadimplente é o pagamento desta dívida. Quem tem contas parceladas e realiza o pagamento em dia, significa que está endividado. Porém, aquele que contrai uma dívida e não consegue realizar o pagamento em um prazo de 90 dias, este pode ser considerado inadimplente.