Endividamento

A pesquisa também revela que 60,2% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida (Foto: Divulgação)

De acordo com pesquisa da Fecomércio Ceará, a proporção de consumidores que não consegue pagar as dívidas caiu 0,5 ponto percentual em julho

O número de fortalezenses inadimplentes, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, diminuiu. É o que aponta a Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, levantada em julho de 2019. A pesquisa é realizada pela Fecomércio Ceará, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC). Segundo o levantamento, a redução foi de -0,5 pontos percentuais, passando de 9,1%, em junho, para 8,6% neste mês – nível inferior ao observado em julho do ano passado (10,0%). O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 10,0%), com idade entre 25 e 34 anos (11,1%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (10,0%).

Endividados
Já em relação ao endividamento, a pesquisa revela que 60,2% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice veio +3,6 pontos percentuais acima do indicador do último mês de junho (56,6%), e acima do verificado no mesmo mês do ano passado (56,3%).

A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso subiu +1,1 pontos percentuais, passando de 20,5% dos consumidores em junho, para 21,6% neste mês. Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (23,2% dos entrevistados desse gênero afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade acima dos 35 anos (24,3%) e com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (23,7%). O tempo médio de atraso é de 60 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 57,0% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 35,9%, seguido da perda do prazo para pagamento, por esquecimento (13,1%).

Comprometimento da renda
De acordo com a pesquisa, os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 81,1% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 17,5%; empréstimos pessoais, com 6,2%; carnês e crediários, com 5,9%; e cheque especial, com 3,9%. O levantamento mostra que o consumidor utilizou o crédito para consumo de itens de alimentação (52,8% das respostas); realização de despesas de educação e saúde (44,8%); aquisição de eletroeletrônicos (32,1%); e compra de artigos de vestuário (24,6%). O valor médio das dívidas está estimado em R$ 1.540, com prazo médio de oito meses, comprometendo 39,0% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também revela que 75,5% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 14,7% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 9,8% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se: a falta de orçamento e controle dos gastos, com 51,3%; o aumento dos gastos considerados essenciais, com 24,8%; as compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 19,8%, redução dos rendimentos, com 17,0%; desemprego, com 17,0%; e gastos imprevistos, com 16,2%.