À esquerda, João Gabriel fala em um microfone. Ele é branco, com cabelo castanho escuro cacheado e traja uma jaqueta preta e bermuda vermelha. À direita, Felipe, branco, de cabelo castanho curto, usa um moletom cinca, com uma camisa preta por dentro e calças jeans.

O estudante João Gabriel Paulsen e professor de Português Felipe Holloway venceram a edição de 2019 (Imagem: Julia Parpulov)

Prêmio Sesc de Literatura publica contos e romances inéditos todos os anos. Inscrições seguem até esta quinta, 20

A carreira literária não é um caminho fácil para escritores independentes. Para que suas obras cheguem aos leitores, muitos custeiam a impressão dos livros e divulgam por conta própria, outros entram no concorrido mercado editorial até encontrar um selo que aposte na sua obra, mesmo que as vendas de livros no Brasil venham encolhendo nos últimos anos.

A crise no mercado livreiro causou a redução de 43,37 milhões no número total de exemplares produzidos no Brasil em 2018, de acordo com o último relatório Produção e Venda do Setor Editorial Brasileiro, lançado pela Câmara Brasileira do Livro e parceiros.

Esse cenário distancia ainda mais o sonho de se tornar um autor ou autora publicada.

Os concursos literários como o Prêmio Sesc de Literatura são a oportunidade de ver as histórias materializadas em páginas, conhecidas por novos públicos e fazendo parte do repertório cultural dos leitores.

Com inscrições online abertas até 20 de fevereiro, o Prêmio recebe obras inéditas nas categorias conto e romance. Desde a sua criação, em 2004, mais de 14 mil livros foram inscritos e 29 novos autores foram revelados.

Comissões julgadoras compostas por escritores, especialistas em literatura, jornalistas e críticos literários vão fazer a curadoria, e os autores escolhidos terão suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record, com tiragem inicial de 2 mil exemplares.

No rol de vencedores estão pessoas com profissões muito distintas do trabalho literário, há doutora em Direito, professor de Engenharia, psicanalista, médicos, jornalistas, entre outros.

No ano passado, o livro de um professor de Português e Literatura de Cuiabá foi escolhido entre os mais de mil romances inscritos.

Há cerca de quatro anos, Felipe Holloway vinha lapidando o livro ‘o legado de nossa miséria’. Em entrevista ao Sesc Mato Grosso, o autor explica sua persistência, já que a história do encontro entre um crítico literário e um autor foi reescrita e aperfeiçoada pacientemente por ele.

“Fui acrescentando algumas coisas, retirando outras até ganhar essa forma final e o Prêmio vir”, lembra o autor. Felipe cursa mestrado em Estudos Literários na UFMT, mas a decisão de se profissionalizar como escritor veio bem antes.

“Eu queria me profissionalizar, mas via a realidade do mercado editorial brasileiro e as dificuldades de você chegar a publicar de fato com uma grande editora.”

Um estudante de Filosofia foi o vencedor da categoria Contos . Entre 926 propostas para o Prêmio Nacional do Sesc no ano passado, o mineiro João Gabriel Paulsen venceu com o livro ´O Doce e o Amargo`. Seu hábito de leitura desde a infância foi o motor da criação literária que o levou a uma experiência de autoconhecimento.

“Produzi esse livro também tentando me compreender, foi um exercício de mim mesmo”, afirma ele ao Canal Sesc Brasil.

Conheça o Prêmio Sesc de Literatura e inscreva-se.