Por Rafael Moreira

A expectativa para o tamanho (e preço) do Lollapalooza era gigante. A primeira noite já The Killers como headliner, mas outras bandas quem merecem o seu devido destaque. O primeiro show no Butantã foi da banda brasileira Holger. Uma banda indie bacana mas que parece ter uma música só. Ok, exagero. Holger fez um show muito bom, animou a plateia que esperava por Of Monsters and Men. Com dois álbuns, a banda teve os gritinhos eufóricos de seus fãs. Eu cantei junto apenas três que gosto bastante e todas elas do novo álbum: Tonificando, Ilhabela e a linda Another One. Está comum as bandas nacionais investirem nas letras em inglês, o que não é ruim.

Mas uma hora de espera no Butantã, enquanto no Cidade Jardim Agridoce se apresentava, e já recebemos Of Monsters and Men. O público foi ótimo o que garantiu a volta de banda islandesa que ficou bastante emocionada e fez uma apresentação fantástica do álbum perfeito My Head is an Animal, foi tudo incrível a interação com o público, os olhos dos integrantes brilhando com a recepção brasileira então chove um pouco e Nanna diz “I think rain is better than sun, right?”. Sim Nanna. O show teve quase todo o único álbum da banda, e uma cover dos “Yeah Yeah Yeahs”. Momento favorito: quando tocaram “Lakehouse” e o fechamento com “Yellow Light”.

 

Of Monsters and Men

Of Monsters and Men

Holger

Holger

 The Temper Trap

The Temper Trap

Depois foi uma correria com muita lama até o distante Cidade Jardim pra conferir The Temper Trap e garantir lugar para The Killers. Felizmente deu para ver todo o show do Temper Trap que foi incrivelmente muito bom apesar de bem curto e mesmo com a ausência de Love Lost que com toda certeza deixaria todo mundo enlouquecido. Ainda assim Dougy Mandagi conseguiu com êxito animar todo mundo (e claro deprimir também, no bom sentido). Gostaria de agradecer Dougy por ir até a plateia o que facilitou ficar mais próximo da grade. Óbvio que ninguém conseguiu ficar parado com “Sweet Disposition” que fechou o show.

A partir daí foi um sofrimento sem fim de espera, pois logo em seguida o show Flaming Lips foi pior do que um intervalo de ansiedade. Conheço pouco da banda e o que eu conheci gostei, mas o show foi péssimo, com inclusão do álbum novo inteiro no setlist (álbum que vazou poucos dias antes do festival). Visualmente foi bacana, mas Wayne Coyne é um louco. Uma hora já estava claro que ela não estava mais nem aí por causa da resposta do público que estava odiando. Ao menos foi uma tortura sem fim para as fãs de 15 anos do The Killers que acham que é a banda do Flowers é a melhor do mundo. “Do You Realize?? ” foi o único momento bom do show inteiro, mas demorou pra chegar lá.

http://www.youtube.com/watch?v=SBe58o9B7EI

http://www.youtube.com/watch?v=tfNDJGrI4_w

Havia mais uma hora e meia de espera para The Killers, foi muito tempo, muita sede, cansaço, fome. Todos esqueceram tudo isso com o primeiro acorde de Mr. Brightside, num minuto já estavam todos enlouquecidos, inclusive eu. Apesar da ansiedade eu esperava pouco de The Killers, a decepção poderia ser meno.

Não houve decepções, porém. Brandon Flowers foi fantástico, carismático e simpático. E inacreditavelmente não teve problemas na voz. Meu medo era o grande número de músicas do novo álbum no setlist. A coisa mais incrível do show é que ao vivo, as músicas mais ou menos do fraco Battle Born ficaram um espetáculo. Principalmente The Way It Was e From Here On Out e Runnaways, claro. Miss Atomic Bomb é… bem, não dá pra fazer muita coisa com ela.

Pena que não teve Bling, ou mesmo Sam’s Town, pena. Como lidar com All These Things That I’ve Done? E fechar o show com Jenny Was a Friend of Mine e When You Were Young (essa última por um instante imaginei que seria esquecida) já acabou com a garganta pros outros dois dias seguintes. Mas a disposição estava 100%