Por Rafael Moreira

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Enfrentado a perto do Butantã pra voltar pra casa, o descanso foi pouco diante da ansiedade de um sábado com Alabama Shakes, Franz Ferdinand, Criolo, Two Door Cinema Club, Queens of The Stone Age e The Black Keys. Quem dera, porém poder ter visto tudo. O segundo dia nem sinal de chuva. Em seu lugar um sol infernal.

Comecei com dia com Toro Y MoiZzzzzzz. Apesar de umas músicas bem interessantes, o show foi tão, mas tão parado que no final sentei na terra e preferi poupar energias para mais tarde. Toro Y Moi acabou meio que sem eu perceber e Two Door Cinema Club começava a montar o palco. Foi mais ou menos perto do show começar que eu fiquei desesperado com a lotação de hipsters que estava aquele sábado. Era impressionante mesmo, até para o Lollapalooza. Pensei e corri da li com dificuldade passando entre a multidão até o palco alternativo que tive o prazer tamanho de conhecer Gary Clark Jr. Certamente a melhor descoberta do festival. Mesmo no final do show aquilo me empolgou (deu vergonha ver todo mundo cantando e eu calado). A fuga de Two Door possibilitou o melhor lugar para Alabama Shakes na grade.

Alabama Shakes

Alabama Shakes

Toro Y Moi

Toro Y Moi

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O momento de espera deu pra ver de longe Two Door Cinema Club, pareceu bacana, mas o que viria a seguir fez com que eu não me arrependesse em nada de ter abrido mão de um bom lugar no Cidade Jardim. Não demorou pra Brittany Howard entrar. Já sem voz, cantei desesperadamente. Aquela mulher no palco é uma coisa inexplicável. Foi uma das coisas mais incríveis de todo o festival. Brittany é dona de uma voz versátil que não falha, não desafina, te cativa de imediato. Isso já é perceptível no álbum mas ela consegue fazer coisas fantásticas ao vivo. Chorei. Mas também, “I Found You” é difícil segurar. Apaixonada pelo público, Brittany se disse nervosa mas falou que não via motivos para estar depois que começou o show. Realmente ela ficou a vontade.

Foi uma tentação não correr pro Cine Jóia no domingo para mais Alabama Shakes num dos Side Shows. Acabado Alabama era mais correria para o show que na opinião desse sujeito que escreve foi o melhor de todo o festival: Queens of The Stone Age. Joss Homme destruiu começando logo com “Lost Art To Keep a Secret”. Depois a sequência das quatro primeiras músicas já me deixaram perturbado. Os caras simplesmente jogaram No One Knows, First It Giveth e Sick, Sick, Sick na nossa cara logo no começo. Foi louco.

O resto do show foi uma loucura com a música nova “My God Is the Sun” do álbum que sai ainda esse ano e quando penso que não poderia ser mais incrível me vem Little Sister e sim deu vontade de me meter na roda punk. Fechar com “A Song for the Dead” não poderia ser melhor pra dizer com convicção que foi o melhor show do festival inteiro. “And I’m the drunk guy who sleeps on your couch” disse Homme, em seus momentos com a galera.

http://www.youtube.com/watch?v=acoEJe4H3dk

A roda punk serviu para o seguinte: ir mais para frente. Te amo roda punk. O show do QOTSA acabou dez minutos antes por um momento estúpido da Heineken que transformou o Cidade Jardim numa rave. Foi bonito, mas desnecessário. Até porque, ainda não entendo como The Black Keys foi ser headliner tendo QOTSA se apresentando antes.

Black Keys fez um show muito bom, mas se for fazer um top 5, a banda nem entra. O show foi previsível. Tocou uma setlist praticamente idêntica às dos meses anteriores, poderia ter alguma coisa diferente ali pra surpreender os fãs e os posers. É fato que Dan Auerbach e Patrick Carney formam um duo de uma qualidade inquestionável. El Camino é prova disso. Os solos de Dan se destacaram. Mas o show não teve nada de tão memorável senão Little Black Submarine. Um show de um nível longe do ruim. Talvez porque QOTSA foi tão bom que seria difícil qualquer coisa que viesse depois impressionar.