Quem acompanha o Respirando Música desde de meados de 2011, sabe a admiração que tenho pelo Thiago Pethit. E já podem imaginar o grau de felicidade por esse momento de conversar com o mesmo. Sim, dia histórico para essa mera blogueira.

Órbita rádio apresenta pela primeira vez no Ceará, o cantor paulista Thiago Pethit. Apresentando o lançamento da sua nova tour, Rock’n’Roll Sugar Darling, o músico se apresenta em Fortaleza no dia 20 de março no Órbita Bar

Thiago Pethit com sua imensa gentileza conversou comigo por email. Acompanhem como foi:

RM: Nesse novo álbum “Rock’n’roll Sugar Darling”, você veio com a ousadia de fazer um som mais pesado comparado aos seus trabalhos anteriores. Em algum momento teve medo de reação negativa dos fãs?

Thiago Pethit: Não. Na verdade eu nunca penso muito sobre isso, sobre ter de respeitar os fãs nesse sentido de agradá-los. Eu não estou ficando milionário fazendo música, eu não tenho um compromisso com o sucesso, nem com o mercado comercial. Eu só faço música porque preciso dela como expressão, para minha vida, e a minha necessidade artística sempre fala mais alto.
De certa forma, e o que me alegra muito, é que eu tenho um público muito fiel. Que parece acompanhar a minha evolução e que respeita muito as minhas decisões.

 

Acredito que sendo fiel a mim mesmo, é que eu ganho a fidelidade e abertura dos fãs para as escolhas que eu faço. Meu público é de fato muito especial.  

 

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RM: Geralmente nos seus álbuns e clipes tem participações de outros cantores como Mallu Magalhães e Cida Moreira. Como surgiu a ideia de envolvê-las nos seus trabalhos?

Pethit: Eu sempre fui muito fã de duetos. Nick Cave e PJ Harvey, Marianne Faithfull e Stones, Rita Lee e Gil… E meu trabalho é todo muito solitário. Eu tenho muita dificuldade de compor em parceria, sou muito controlador em relação a produção musical e executiva dos discos. E na verdade, sou uma pessoa bastante solitária. Sou um pouco avesso a festas, pessoas, multidão nem pensar. É da minha natureza, eu acho. Mas quando posso, o melhor lugar de convivência que eu encontro, é na troca artística. Dividir vocais e dividir o palco com outros artistas que eu admiro é uma coisa muito maravilhosa. Tão maravilhoso que me convence de que não é tão necessário ficar só.
RM: Hélio Flanders do Vanguart ( banda que você participou no clipe “Meu Sol”) já fez algumas participações nas suas músicas, como “Forasteiro”, “Devil in Me” e agora em “Romeo”. Qual a relação de parceria entre vocês?

Pethit: Eu conheci o Helinho em 2008, como qualquer outro muleque fã de música indie brasileira, eu ia a todos os shows do Vanguart. Demorou para nos conhecermos pessoalmente, mas aos poucos fomos nos encontrando, sempre com a tentativa de trabalharmos juntos e isso nos aproximou muito ao longo do tempo. Ele é um dos poucos amigos íntimos que tenho na área da música, com quem troco confidencias. Trocar músicas, e compor juntos, é sobretudo trocar confidencias. E eu gosto muito dele.

 

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RM: A figura feminina é muito forte nos seus clipes como no original “Nightwalker” com a Alice Braga, o delicado “Pas De Deux” com Laura Neiva. Como nasce a ideia?

Pethit: Nunca foi algo exatamente calculado. Com a Alice, tivemos essa oportunidade de nos juntarmos profissionalmente em 2011. Somos amigos desde 2000, eu acho, e nunca tínhamos feito nada juntos. Com a Laura foi completamente diferente.
Acho que a figura feminina é muito forte nos nossos tempos. Seja pela exuberância que o feminino pode ter, sem amarra e sem preconceito, mas também pela força que as mulheres tem ganhado na sociedade num sentido mais ‘yang’ mesmo. Mais libertário sobre o feminino. Eu gosto muito de contradições e de contrapor energias. Se por um lado MOON é um videoclipe sobre meninos que traçam perfis sensíveis e femininos sobre o vídeo, as mulheres tem no meu trabalho essa qualidade mais yang.

 

RM: Primeira vez em Fortaleza. Qual o sentimento para sexta-feira?

Pethit: Muita ansiedade e muita felicidade também. Eu flerto com a cena de rock cearense há pelos menos 6 anos, quando comecei a trabalhar com música no finado estúdio do Kalil, do Cidadão instigado, aqui em SP. Convivi muito com Catatau e Regis, tenho amigos expalhados por SP que vieram de Fortaleza e tenho uma admiração muito grande pela cena rocker do Jonathan Doll e Veronica Decide Morrer, por exemplo. Sinto que são artistas que vieram de outro universo, de outras questões, de outro cerne diferente do meu, mas que acreditam tanto quanto eu na mesma forma de expressão, ou na mesma ‘experiencia sobre a terra’. Estava mais do que na hora de poder tocar por aí.

 

 

 SERVIÇO:

Thiago Pethit em Fortaleza dia 20 de março:

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