Com efeito, assim diz o Senhor Iahweh, o Santo de Israel: Na conversão e na calma estava a vossa salvação, na tranquilidade e na confiança estava a vossa força. À voz do teu clamor, ele fará sentir a sua graça; ao ouvi-lo, ele te responderá. Aquele que te instrui não tornará a esconder-se, sim, os teus olhos verão aquele que te instrui. Teus ouvidos ouvirão uma palavra atrás de ti: “Este é o caminho, segui-o, quer andeis à direita quer à esquerda”.

Is 30,15a;19b;20b-21

Não eram nem cinco horas da manhã quando acordei com uma estranha sensação de que devia levantar naquele momento. Sentia sono, ainda, depois de um dia inteiro de trabalho no domingo, mas, nem por isso, consegui mais voltar a dormir. Sentei na cama, deixei o corpo despertar, então levantei. Feita minha higiene pessoal, dirigi-me à cozinha para o habitual ritual do café. Peguei uma xícara de café forte e, tão logo me sentei ao birô, senti a presença de Dom Cristiano, embora não o visse. Vieram-me nítidas e claras à mente palavras que senti emanarem do monge de Aranjuez: “Relê a página 431 da Autobiografia de Santo Antônio Maria Claret, e revê o versículo bíblico sobre o qual vens meditando desde maio do ano passado. Depois, pega tua Bíblia de Jerusalém e abres nas páginas que te indicarei”. Assim fiz.

Depois de lido o trecho da Autobiografia de São Claret, foram-me sendo ditados mentalmente trechos do capítulo 30 de Isaías. Tão logo comecei a ler os versículos indicados, senti o desejo de anotá-los no Diário do Caminho. Depois que anotei tudo o que me fora sugerido, reli, além da página 431 da Autobiografia, a 463, onde o santo espanhol também faz referência a Isaías 30,15. Rememorei as muitas horas despendidas em reflexões sobre o trecho bíblico desde que o lera pela primeira vez, há mais de um ano. Revi, também, trechos do Diário do Caminho em que fui anotando minhas reflexões ao longo de todo este tempo.

Enquanto lia determinada página do Diário em que anotara algumas reflexões sobre o versículo citado em latim por São Claret, In silentio et spe erit fortitudo veritas, senti mais uma vez ecoar mentalmente a voz de Dom Cristiano: “Abre a Bíblia Sagrada e lê aquele trecho com o qual te respondi em 11 de julho deste ano, quando, refletindo sobre o versículo de Isaías, indagaras sobre a reversão. Nesse Diário que agora lês anotaste, na referida data, o trecho cuja leitura te indico agora”. Procurei no Diário a anotação do dia 11 de julho de 2010. Lá encontrei, sob o título REVERSÃO, comentários que eu fizera sobre Isaías 30,15, seguidos de outros sobre Deuteronômio 30,8-20.

Peguei minha Bíblia de Jerusalém e encontrei uma anotação que eu fizera à margem da página onde está o trecho sugerido: “11.07.2010 – Reversão”. Depois que li três vezes o texto bíblico, a voz de Dom Cristiano ecoou novamente: “Agora, vai à Livraria Paulus e adquire aquele livro que há vários dias vens planejando comprar, pois deves assinalar este importante momento da tua iniciação com a aquisição dessa obra cuja leitura te trará muitos benefícios. Mais uma coisa: qunado retornares, não te esqueças do que eu já te havia sugerido fazer neste dia primeiro de novembro”.

Antes, porém, de executar essa última instrução, resolvi escrever este relato. Agora vou postar o texto e, a seguir, irei à Paulus  fazer o que o Mestre mandou.

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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