E o Espírito se apressou até ele e o despertou.  Deu a mão àquele que estava deitado inerte no solo, colocou-o firme nos seus pés, pois ele ainda não havia se erguido. Ele lhes deu meios de ter o conhecimento do Pai e a revelação de seu Filho. (…) Ele inspirou-os com aquilo que está na mente, enquanto fazia sua vontade.

O Evangelho da Verdade

[Apócrifos e Pseudo-epígrafos da Bíblia. Organização Eduardo Proença. Tradução Claudio J. A. Rodrigues. São Paulo: Fonte Editorial Ltda., 2005, p. 630]

“¿Qué pasa?” Encontrava-me com as cortinas da janela fechadas, meditando, quando tive minha concentração interrompida por essa imprecação. Abri os olhos. À minha frente, vislumbrei a figura de Regulus. “¿Qué pasa, Vasco? Estoy muy sorprendido contigo. Una semana sin escribir. ¿Una semana sin dar atención a tu blog no te parece tiempo demasiado?” Encarei-o sem saber exatamente o que dizer. De fato, estive um bocado confuso nos últimos dias, e a aparição inesperada de Regulus só aumentou a confusão da minha mente.

Como eu nada dissesse, ele prosseguiu: “Veo que has comprado el libro que te he indicado. No te arrepentirás, porque hizeste una grande adquisición. Pero sé también que sólo empezaste la lectura y, a pesar del interés despertado en ti, no hás ido allá de la Introdución. Pues bien, quiero que pases a lectura del capítulo diecisiete, en la parte cinco. Hecho eso, indicaré, déspues, como debes proseguir”.

Depois de ouvir de Regulus a tarefa proposta, me senti motivado a falar. “Queria perguntar uma coisa”, disse. “Pues no, quedese  libre para preguntar lo que quiera”. “Bem, Dom Cristiano havia me dito que você me explicaria porque o móbile da entrada da biblioteca tem onze anjos”. “¡Ah!, comprendi, quieres saber el motivo de este número. Vasco, de eso debo hablar más tarde. ¿Contiene  un poco tu curiosidad, está bien? No te preocupes  con  eso por ahora, porque, en el  momento oportuno, la explicación te será dada.”

Fiquei novamente em silêncio. Baixei os olhos sem saber o que devia fazer naquele momento. O surgimento de Regulus na minha vida foi, inicialmente, motivo de muita euforia para mim. Mas depois… sei lá… nos últimos dias tenho estado confuso, inquieto, não tenho conseguido escrever. Nem mesmo o texto que habitualmente escrevo aos sábados comentando algum livro sobre Nossa Senhora consegui redigir na semana passada. Aliás, este é o segundo sábado seguido que passo sem postar nada sobre o tema, e não foi por falta de assunto. Credito isso muito mais a uma certa mistura de indefinição, dúvida, desmotivação, uma série de sentimentos muito difusos que me deixaram paralisado nos últimos dias.

Coube a Regulus interromper o silêncio que já se fazia opressivo: “¿No te parece extraño, Vasco?, pediste tanto, ansiaste tanto por la iniciación, y cuando la oportunidad se te ofrece, hesitas. Sin embargo  no te aflijas, porque todos los que pasan por ese proceso enfrentan las mismas dudas y dificultades. En ese camino, la tentación de desistir asoma a todo momento. No te olvides, sin embargo, de lo que te dijo Dom Cristiano cuando de su última visita: me refiro  a mención que él hizo sobre la historia de la esposa de Lot”.

Rememorei, por alguns minutos, as palavras de Dom Cristiano. Mais uma vez, minhas ruminações foram interrompidas por Regulus:  “Vasco, por hoy quiero te decir sólo una cosa más”, prosseguiu, “ no te dejes dominar por el desánimo ni te abatir por la duda, para que no te veas condenado a vivir una vida insípida y sin sentido.

Dito isso, trouxe à baila uma metáfora que fazia uma alusão implícita à história da esposa de Ló, a uma passagem do Novo Testamento e, também, à Alquimia: El único sal capaz de dar un sabor especial a la vida asoma bien a tu frente. Está próximo el dia en que lo terás en tus própias manos, cuando, entonces, podrás lo degustar y, con el, codimentar tus dias. No te dejes abatir por la duda, por favor. Fue reservado para ti un lugar na confradía de los iniciados, no permitas que el venga a ser ocupado por un otro”.

À guisa de conclusão, falou: “Retornaré cuando tuvieres hecho la lectura que te pedi. Ultreya y Suseya!

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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