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Vasco Arruda

Senti muito quando se proibiu a leitura de muitos livros em castelhano, porque alguns muito me deleitavam, e eu não poderia mais fazê-lo, pois os permitidos estavam em latim; o Senhor me disse: Não sofras, que te darei livro vivo. Eu não podia compreender porque Ele me dissera isso, pois ainda não tinha tido visões. Mais tarde, há bem poucos dias, o compreendi muito bem, pois tenho tido tanto em que pensar e em que me recolher naquilo que me cerca, e tenho tido tanto amor do Senhor, que me ensina de muitas maneiras, que tenho tido muito pouco ou quase nenhuma necessidade de livros. Sua Majestade tem sido o livro verdadeiro onde tenho visto as verdades. Bendito seja esse livro, que deixa impresso na alma o que se há de ler e fazer, de modo que não se pode esquecer.
Santa Teresa d´Ávila
[Livro da Vida, p. 171. Em: Teresa de Jesus. Obras Completas. Texto estabelecido por Fr. Tomas Alvarez, O.C.D. Direção Pe. Gabriel C. Galache, SJ. Tradução de Adail Ubirajara Sobral e outros. – São Paulo: Edições Carmelitanas: Edições Loyola, 1995.]

Vasco Arruda

Termo grego com o qual, no Novo Testamento, indica-se a transformação da própria identidade pessoal depois de uma experiência que transforma os valores até então adotados pelo indivíduo.
Jung retoma o termo para indicar o fenômeno de crise psicológica através do qual sucede a inversão radical de todos os valores sobre os quais está ordinariamente fundamentada a existência de um homem. A ilustração clássica da metanoia dá-se por ocasião da análise do limiar que liga e distingue a primeira e a segunda metade da vida: nessa fase de passagem pôr-se-iam na sombra todos os valores sobre os quais o indivíduo está fundamentado, e contemporaneamente pôr-se-iam em luz outros valores que estão em oposição com aqueles.
Paolo Francesco Pieri
[Pieri, Paolo Francesco. Dicionário junguianop. Tradução de Ivo Storniolo. – São Paulo: Paulus, 2002, Verbete: Metanoia, p. 323. – (Dicionários

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Vasco Arruda

O que uma criança poderia desejar além de tudo isso? Irmãos queridos (mesmo brigando de vez em quando), um pai sempre presente e uma mãe dedicada que sustentava nosso lar com seu trabalho e sabedoria! Ao final deste dia, tão parecido com meu pai – simples e singelo, mas também autêntico e cheio de significado -, quando eu abraçava papai, só podia sentir uma coisa muito profunda no meu coração, que não dava para ser explicada. Por isso eu dizia somente: “gosto tanto de meu pai que sinto até uma firuleza!”.
“Clélio de Benjamim”
[Mesquita, Clélio Kramer de; Oliveira, Suzana Kramer de Mesquita. Benjamim: um homem simples, que fez as escolhas certas e foi abençoado. – Fortaleza: Premius, 2011, p. 12.]

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Vasco Arruda

Ó Jesus, trespassaram vosso lado para nos abrir uma porta; feriram vosso coração para nos abrir nessa sagrada vinha, um asilo seguro de toda perturbação externa. O verdadeiro, o grande motivo para a ferida de vosso coração foi fazer-nos compreender, por meio dessa chaga visível, a chaga invisível de vosso coração… A lança que não traspassou apenas o corpo, mas também golpeou o coração, atesta a chama ardente de vosso amor, e não há nada que valha um tal testemunho.
São Boaventura
[São Boaventura. Vitis mystica, III. Em: Sgarbossa, Mario. Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente: com uma antologia de escritos espirituais. Tradução Armando Braio Ara. – São Paulo: Paulinas, 2003, p. 137.]

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Vasco Arruda

Maria conserva e medita a Palavra em seu coração. Em sua vida a Palavra ainda semente encontra terreno propício para germinar, crescer e dar frutos.
Nossa Senhora é o exemplo concreto da Parábola do Semeador: Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um. (Marcos, 4,20).
Maria escuta e não deixa escapar a mensagem, ela acolhe – acolher é receber com amor – e conserva o que foi revelado em seu íntimo, meditando-a em seu coração… em terra boa.
O coração – na Sagrada Escritura – representa o centro da alma, a pessoa toda inteira sem divisão. É lá que Maria, dia e noite, macera os desígnios de Deus, medita. A vida da mãe de Deus é constante oração.
(…)
O primeiro passo para imitarmos Maria é termos intimidade com a Palavra. É a paixão e o amor pela Sagrada Escritura que fazem com que o Verbo de Deus se encarne em nossa carne e assim nos tornamos fecundados pela Palavra.
Pe. Luís Erlin
[Erlin, Luís. Imitação de Maria: o segredo de sermos agraciados por Deus. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2008, p. 73-74.]

Vasco Arruda

O cearense nasce, vive e morre na rede amiga, que é a companheira de todas as horas de descanso e de fazer amor. Antes de dormir, se há calor, tem o balanço para refrescar, ao ranger de armadores.
No sertão, a gente vê, às vezes, à margem do caminho, aqueles cortejos fúnebres que transportam, numa rede, o defunto, e, quando não é afortunado, a rede volta para servir à família. No sertão e nas serras, eles transportam também os doentes, em redes, que seguem protegidos por um guarda-sol.
Se há goteira, muitas vezes, é armada outra rede por cima de outra mais alta, aberta com cabos de vassouras, formando um toldo. O balanço da rede também serve para embalar as dores do mundo. Com a convivência, a gente acha a posição para ler, dormir, coçar o dedinho do pé, para descansar e amar.
Roberto Gaspar
[Gaspar, Roberto. A menina do vaporub ou o amor na hora do angelus. 2ª. ed. Fortaleza: Tipografia Progresso, 2011. A Rede da Goteira, p. 37.]

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Vasco Arruda

Uma síntese das escatologias Daniélica e Profética é realizada por Jesus somente na medida em que Ele identifica o Filho do Homem com o Messias da linhagem de Davi. Ele, que é ele mesmo um descendente de Davi, espera ser transformado no Messias Filho do Homem na vinda do reino. Deste modo, Ele soluciona o problema criado pela transcendentalinidade da Escatologia – como o Governador dos Tempos do Fim pode ter uma origem humana, e ao mesmo tempo ser um ser sobrenatural. No Templo de Jerusalém Ele propõe isto para os Escribas como um enigma, perguntando-lhes como é possível para Davi chamar seu descendente de ‘ Senhor’.
Albert Schweitzer
[Schweitzer, Albert. O misticismo de Paulo, o apóstolo. Com uma Nota de Prefácio por F. C. Burkitt, F.B.A., D.D. Tradução de Paulo e Judith Arantes; Revisão de Cláudio J. A. Rodrigues. São Paulo: Fonte Editorial Ltda., 2006, p. 122.]

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Vasco Arruda

Pero, ¡oh, dichosos aquellos que se llegan a la Virgen com espíritu de auténtica devoción! Ella es certamente madre de todos; pero asiste com um amor especial a quienes le profesan uma íntima y cordial devoción.
San Lorenzo de Brindis
[Sermón Quinto: La Virgen María, excelsa abogada nuestra, p. 427. Em:San Lorenzo de Brindis. Marial: Maria de Nazaret, “Virgen de la Plenitud”. Traducción del latín por Agustín Guzmán Snacho y Bernardino de Armellada; Introducción, notas e revisión por Bernardino de Armellada. Madri, Espanha: Biblioteca de Autores Cristianos, 2004.]

Vasco Arruda

Esse era o único dia do ano em que o sumo sacerdote podia entrar no Devir, representando os fiéis. Ao sair, ele levava para o povo a grande santidade do recinto sagrado. O autor compara a aura que o envolvia ao sol que reluzia na cúpula dourada do Templo, a um arco-íris em meio a nuvens brilhantes, a uma oliveira carregada de frutos e a um cipreste elevando-se para os céus. A realidade se enaltecia e se fazia sentir com maior intensidade: o sagrado revelava todo o seu potencial.
Karen Armstrong
[Armstrong, Karen. Jerusalém: uma cidade, três religiões. Tradução Hildegard Feist. – São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 145.]

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Vasco Arruda

Nossa! Que ansiedade! Que pressa! Que afobação! Não queira colocar a carroça na frente dos cavalos. Calma! O mundo não vai acabar amanhã. O tempo é eterno para todos nós! Tudo de bom está reservado para você, mas tem de esperar, ser perseverante, dar tempo ao tempo… Enfim, não desista; aguarde! Contudo, algumas situações deverão ser resolvidas antes que possa concluir o que almeja. O melhor a fazer é ocupar-se com outras coisas. Confie no destino e em você!
Nei Naiff
[Naiff, Nei. Consulte o Tarô: direcione sua vida para o sucesso. – São Paulo: Elevação, 2003 p. 127.]