A Fundação Waldemar Alcântara (FWA), através da Coleção Obras Raras, torna disponível para pesquisadores, professores, estudantes e aos interessados na história de nossa região títulos incomuns, e amplia o acervo com o qual contempla o resgate de registros marcantes do processo de formação de nossa cultura. A Coleção é composta dos livros “O Ceará”, de autoria de Raimundo Girão e Martins Filho, “Boletim de Antropologia”, organizado pelo Dr. Thomaz Pompeu Sobrinho, e o “Diário de Viagem”, de Francisco Freire Alemão, transcrito dos originais do autor, cujo título leva seu nome.

Tivemos oportunidade de participar na noite de ontem de um evento muito especial para a cultura cearense. A exemplo do que vem fazendo há muitos anos, o Centro Cultural Oboé promoveu mais um lançamento de livros. Entretanto, em que pese a importância dos eventos anteriores, esse foi especial por diversos motivos. Primeiro, porque foi antes de tudo uma festa de aniversário, em comemoração ao 500º lançamento. Depois, devido à importância dos  livros que foram apresentados na ocasião.

Dr. Lúcio Alcântara

Nessa festa, o Centro Cultural Oboé contou com uma parceria muito especial, a Fundação Waldemar Alcântara. Essa Fundação vem publicando há alguns anos reedições de obras de grande valor para o estudo e conhecimento da história e cultura do Estado do Ceará. A coleção, publicada como parte do Projeto Obras Raras, intitula-se Biblioteca Básica Cearense. Como muito bem disse o Dr. Lucio Alcântara em sua fala por ocasião da abertura do evento, essa coleção “é uma espécie de brasiliana cearense”, fazendo uma analogia com a Biblioteca Brasiliana, publicada ao longo de décadas pela editora Record.  

Foram lançadas ontem duas reedições e uma primeira edição, conforme mencionamos acima. São obras de grande valor histórico e cultural, não se podendo deixar de mencionar o esmero com que foram editadas, em especial “O Ceará” e os dois volumes do “Boletim de Antropologia”, publicados em edições fac-similares.  A enriquecer as obras deve-se mencionar ainda os textos introdutórios escritos pelo Dr. José Murilo Martins (“O Ceará”), Prof. Dr. Ismael Pordeus Jr. (“Boletim de Antropologia”) e Prof. Dr. Antonio Luiz Macêdo e Silva Filho, Prof. Dr. Francisco Régis Lopes Ramos e Profa. Dra. Kênia Sousa Rios (“Diário de viagem de Francisco Freire Alemão”).

A festa de lançamento foi aberta com uma apresentação do Coral Vozes do outono, sob a regência do maestro Poty. Com as luzes do

Coral Vozes do Outono

 auditório apagadas, o Vozes do outono adentrou o auditório em procissão, com velas acesas, enquanto entoavam um Bendito, provocando intensa emoção em todos os presentes. Seguiu-se a fala do Dr, Lúcio Alcântara, representando a Fundação Waldemar Alcântara. A seguir, o Prof. Dr. Régis Lopes apresentou a Profa. Dra. Lorelai Kury, da FIOCRUZ, que proferiu uma elucidativa palestra sobre “A Comissão Científica do Império (1859-1961)”, que esteve no Ceará e da qual fazia parte Francisco Freire Alemão, autor de um dos livros.  

Prof. Dr. Régis Lopes

Quando cheguei em casa, antes de me deitar ainda dei uma folheada em cada um dos quatro exemplares adquiridos no lançamento. Uma maravilha! Quase não consigo largar o “Diário de Viagem de Francisco Freire Alemão”. Em “O Ceará”, me detive lendo a parte dedicada a Massapê, minha terra, e descobrindo informações históricas que eu até o momento desconhecia. Tive que fazer um esforço para fechar os livros, pois já era quase meia-noite e precisava dormir. Que noite abençoada!

Profa. Dra. Lorelai Kury

Agradeço à amiga Lígia Coe Girão, neta do historiador Raimundo Girão, por ter me enviado o convite para o evento.

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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