Não devemos considerar a alma algo isolado e limitado,  mas um mundo interior onde cabem tantas e tão lindas moradas quanto as que tendes visto. E é certo que assim seja, pois dentro dessa alma há uma morada para o próprio Deus.

Santa Teresa d´Ávila

[Castelo Interior, Sétimas Moradas – Capítulo 1, p. 567. Em: Teresa de Jesus. Obras Completas. Texto estabelecido por Fr. Tomas Alvarez, O.C.D. Direção Pe. Gabriel C. Galache, SJ. Tradução de Adail Ubirajara Sobral e outros. – São Paulo: Edições Carmelitanas: Edições Loyola, 1995]

Os leitores que leem com alguma frequência este blog sabem que aos sábados escrevo exclusivamente sobre Nossa Senhora. Hoje, porém, fiz uma exceção e estou postando também este texto sobre Santa Teresa d´Ávila.

Ocorre que hoje se comemora a festa dessa santa carmelita e eu de maneira alguma poderia deixar passar a data sem fazer um registro.

Santa Teresa d´Ávila, também conhecida por Santa Teresa de Jesus, tem sido para mim uma mestra ao longo de décadas. Ao escrever isso, o faço com algum escrúpulo, pois sei que é muita ousadia de minha parte me dizer seu discípulo. De qualquer maneira, procuro pelo menos ser, senão um discípulo, pelo menos um devoto razoavelmente dedicado.

O trecho que citei em epígrafe a este texto é um excerto do Castelo Interior ou Moradas, uma de suas mais belas obras. Já li esse livro na íntegra duas vezes, mas pretendo fazê-lo ainda outras tantas, pois é ele um verdadeiro manancial para quem quer se iniciar na via da oração profunda.

Valendo-se de uma bela metáfora, Santa Teresa equipara a alma a um castelo dividido em sete moradas. A grande aventura proposta pela mestra é que adentremos este castelo e o exploremos morada por morada, até chegarmos à sétima, onde se tem acesso ao grande rei ali entronizado, Jesus Cristo. Esse acesso se dá pela união mística, que a santa carmelita expressa através da metáfora do matrimônio espiritual

About the Author

Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

View All Articles