“Meu caro amigo alegro-me profundamente em ver-te. Estou contigo, quero falar-te e ouvir-te. Esteja certo de que estou realmente presente. Estou em ti. Fecha os olhos e teus ouvidos a todas as distrações. Retira-te para dentro de ti mesmo, pensa os meus pensamentos, fica a sós comigo.

Não tenhas receio. Eu sou o teu Deus, o teu rei de infinita majestade, de poder infinito. Mas sou também humano, como tu.

Sou o teu Salvador. Estás notando como me dirijo a ti? Chamo-te de meu amigo. Quando falo contigo, não te dou o nome de “criatura”, de “servo”, mas de “amigo”. Sim, e até mais que isso, tu és meu irmão, minha irmã, minha mãe. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Alegro-me que desejes vigiar um pouco comigo, confiar em mim e permitir-me confiar em ti.

Já pensaste no que te teria dito, se tivesses estado a meu lado como Pedro, João, Maria, Marta e como todos aqueles com os quais estive em contato durante a minha vida terrestre?

Pensas que eles foram especialmente favorecidos porque viveram naquele tempo, porque me viram, porque me ouviram, porque me tocaram?

Sim, eles foram favorecidos. Mas tu também o és. É melhor para ti viver agora do que em qualquer outro tempo da história. Não achas que esta é a minha hora do mesmo modo que há vinte séculos o foi? Vejo-te com a mesma clareza com que os via. Amo-te como os amei. Falo contigo como falava com eles. O que são os teus bons impulsos, senão a minha graça e as instâncias do Espírito Santo?

Mas, talvez, estarás dizendo para ti mesmo: eles vos viram face a face! O que foi que meus discípulos viram? Viram um homem. Um homem que operava milagres, mas apenas um homem. Alguns meses depois eles me conheceram como “aquele que há de vir” – o messias, e como “aquele que é” – Deus. E quando eles chegaram finalmente a me conhecer, não o foi por seus olhos corporais, mas pela fé. E não poderia ter sido de outro modo. Nenhum mortal pode ver a Deus face a face e continuar vivendo neste mundo.

É exatamente como tu me conheces hoje: pela fé. És, portanto, feliz e três vezes feliz. Feliz porque me vês com olhos mais seguros do que os olhos de tua natureza humana: com os olhos da fé.”

Clarence J.  Enzler

[Enzler, Clarence J. Cristo minha vida. 33ª ed. – São Paulo: Paulinas, 2000, p. 9.]

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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