É compreensível começar a cristologia por uma soteriologia. A mensagem cristã anuncia a salvação, uma grande intervenção divina da qual Cristo é o instrumento, o fautor.

Deus é autor, o Cristo fautor, e os diversos episódios da ação divina vão da morte de Cristo, passando pela ressurreição, pregação do Evangelho, oposições coligadas contra Cristo (com as perseguições), até a parusia e a vitória final. Não é possível isolar o drama desenrolado na cruz, uma vez por todas, querendo depois que seja reproduzido em mistério ou participado na fé, a fim de se distribuírem aos homens os frutos da vitória. O mesmo poder de Deus esteve em ação na morte de Cristo e em sua ressurreição, está em ação na pregação do Evangelho, salvando os que crêem  (Rm 1.16) e desabrochará na parusia. Deus salva por Cristo, desde a obra da cruz até a consumação final.

[Cerfaux, Lucien. Cristo na teologia de Paulo. Tradução Monjas Beneditinas da Abadia de Santa Maria. – Santo André, SP: Academia Cristã; São Paulo: Paulus, 2012, p. 21.]

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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