Vou lhes contar como podemos ser elegantes ao usar as palavras. Para isso, vou lhes falar de palavras elegantes. Se o que tivermos a dizer de alguém ou de alguma situação couber nestas palavras podemos seguir em frente. Caso contrário, é melhor recuar…

Assis Almeida

[Almeida, Assis. Histórias que motivam. Fortaleza: Premius, 2004; As palavras elegantes, p. 107].

Dia desses uma amiga me deu de presente um livro. Entregou-mo com a seguintes observação: “Vasco, fui à livraria procurar um livro para você. Ao olhar para este, ele piscou para mim e resolvi trazê-lo”. Pois bem, relato este fato para introduzir um outro que gostaria de narrar aqui. Semana passada, ao sair do supermercado, enquanto me dirigia ao estacionamento passei defronte a uma banca de revistas onde vi um livro envolto em plástico que, amarrado a um cordão, pendia do expositor.  Sem nenhuma intenção de parar na banca de revistas, bastou um olhar de relance e um vislumbre rápido da capa para que eu mudasse de direção.

O livro piscara para mim. Não sei se foi a borboleta estampada na capa, com seu belo colorido, ou o título, “Histórias que motivam”, o que me atraiu. Talvez ambos. Dirigi-me à dona da banca e, sem mais delongas, tratei logo de adquiri-lo. A capa envelhecida e as bordas amareladas e manchadas não foram motivo para que eu me negasse a pagar o preço cobrado, como se o livro fosse novo. Importava-me não a aparência, mas o conteúdo. E aquele livro prometia.

Como sempre faço quando adquiro um livro, abri-o aleatoriamente. Página 118. Meus olhos pousaram direto na frase: “Mudando a ordem dos verbos, mudamos o peso das ações!” Uma frase curta, concisa, certeira, dessas que fazem pensar… e muito. Reli a frase. Logo abaixo, a observação do autor, destacada em itálico: “Vamos abrir as janelas da mente e do coração para novas leituras de antigas situações. Mudemos a posição dos verbos, usemos palavras diferentes e avancemos” (A ordem dos verbos, p. 117-118).

Foi o bastante. Estava justificada a aquisição. Vi que não havia sido um equívoco a piscadela que me impelira a levar para casa “Histórias que motivam”. À noite, depois do jantar, tive oportunidade de conhecer melhor o conteúdo. Folheando suas páginas, descobri que “A maior necessidade do ser humano é cultivar sua autoestima” (O verdadeiro valor, p. 53) e que “As pessoas foram criadas para o infinito!” (O encontro da rã com a tartaruga azul, p. 95-96). Se assim é, de fato, sugere o autor, “Avance!”

Avançar, pois, é preciso, seguir em frente, desbravar novos horizontes. Nunca esquecendo, porém que “Somos semelhantes ao lápis em tudo o que realizamos”. Não se pode, pois, dispensar o apontador, aquele que proporcionar ao lápis as necessárias condições para desempenhar a missão que lhe foi confiada. Portanto, “É preciso confiar em Deus, jamais achar que sozinho se consegue realizar algo e estar disposto a agir com paciência, reconhecendo os erros e se deixando podar para melhorar sempre” (A comparação, p. 33).

Suavemente e sem esforço fui me deixando conduzir pelas “Histórias que motivam”. Aos poucos, fui sendo impregnado pelas mensagens propostas pelo autor, não tardando a dar-lhe razão, quando afirma: “Ninguém duvide da força das palavras. Nossas palavras de incentivo ou de desânimo podem mudar uma vida. A leitura que fazemos das palavras e frases que ouvimos diariamente transformam a vida, às vezes de forma positiva outras negativa… Mas nunca permanecemos do jeito que estávamos” (Propósito do sonho, p. 99).

É isso o que propõe Assis Almeida, o autor, com suas “Histórias que motivam”, livro que tem como subtítulo “Parábolas e narrativas de transformação”. As palavras, se colocadas de forma correta e oportuna, de fato trazem em si um grande potencial de mudança. Não creio que haja um leitor que passe incólume à possibilidade de alguma transformação, por mínima que seja, após haurir as belas e edificantes mensagens disseminadas ao longo desse livro.

About the Author

Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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