Terça-feira passada, dia 11 de fevereiro, a Igreja Católica celebrou a Festa de Nossa Senhora de Lourdes. Esse dia lembra a primeira aparição de Nossa Senhora à vidente Bernadete Soubirous na gruta de Massabiele, em Lourdes, na França. Ao todo foram 18 aparições, tendo ocorrido a primeira em 11 de fevereiro de 1958 e a última no dia 16 de julho do mesmo ano. A grande novidade, e por que não dizer, surpresa dessas aparições foi revelada por ocasião da décima sexta aparição, no dia 25 de março. Até então, Nossa Senhora não havia ainda revelado a Bernadete sua identidade. Nesse dia, atendendo a um pedido do padre Peyramale, pároco de Lourdes, Bernadete pergunta: “Senhorita, teria a bondade de dizer-me quem és, por favor?”, ouvindo como resposta: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Mais tarde, ao transmitir a resposta ao padre, este, que até então permanecera cético quanto às aparições, enfim se convenceu de sua veracidade. Quatro anos antes, em 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX havia proclamado o Dogma da Imaculada Conceição de Maria. Esse dogma afirma que Maria foi concebida sem a mancha do pecado original. Bernadete, uma simples camponesa analfabeta, não tinha como saber desse dogma. Na verdade, ela não sabia nem mesmo o que significava a frase “Eu sou a Imaculada Conceição”. Pode-se dizer, portanto, a respeito das aparições de Lourdes, que é como se Nossa Senhora tivesse se dignado ratificar com as próprias palavras o dogma proclamado quatro anos antes. Por fim, vale destacar um aspecto importante dessa aparição do dia 25 de março: ela aconteceu exatamente na data em que se celebra a Festa da Anunciação.

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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