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12. E vós, quem dizeis que eu sou?

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Vasco Arruda

CONVITE PARA O 1º COLÓQUIO TEOLÓGICO DO MOVIMENTO POR UMA FORMAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA

“E vós, quem dizeis que eu sou?”
Aspectos Cristológicos do Imaginário de Jesus

A figura Jesus de Nazaré transmitida pelo cristianismo, até os dias de hoje, mediante a fé no Cristo e Filho de Deus, ao longo do tempo, tanto fascinou como inquietou a muitos.

Percebe-se que as múltiplas imagens de Jesus veiculadas hoje, parecem refletir pouco o projeto do Jesus histórico, tal como emerge da pesquisa histórico-crítica. Aparentemente, a devoção religiosa prevalece sobre o seguimento de Jesus. Por isso, convidamos tod@s a percorrer as trilhas dos estudos mais atualizados da exegese histórico-crítica, das novas hermenêuticas e do pensamento teológico vivo latino-americano e internacional.

Debatedores: Pe. Marco Passerini, Prof. Michael Kosubek e Prof. Vasco Arruda

Local: Auditório José Albano (área 1 do CH da UFC)

Av. da Universidade, 2683 – Benfica.

Data: 28 de maio Horário: 8:00 às 11:00 h

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Vasco Arruda

Cristo, desde o início, se acha no centro da fé e da vida da Igreja. E também no centro do magistério e da teologia. Quanto ao magistério, é preciso reportar-se a todo o primeiro milênio, a partir do I Concílio de Niceia, passando pelos de Éfeso e Calcedônia, e depois até o II Concílio de Niceia, consequência dos anteriores. Todos os concílios do primeiro milênio giram em torno do mistério da Santíssima Trindade, compreendendo a processão do Espírito Santo; mas todos, na sua raiz, são cristológicos. Desde que Pedro confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16), Cristo se achou no centro da fé e da vida dos cristãos, no centro do testemunho deles, que muitas vezes foi até o extremo do derramamento de sangue.
Graças a esta fé, a Igreja conheceu uma crescente expansão, apesar das perseguições. E a fé progressivamente foi cristianizando o mundo antigo. E mesmo que mais tarde tenha aparecido a ameaça do arianismo, a verdadeira fé em Cristo, Deus-Homem, segundo a confissão de Pedro em Cesareia de Filipe, não cessou de ser o centro da vida, do testemunho, do culto e da liturgia. Poder-se-ia falar de uma concentração cristológica do Cristianismo, que ocorreu já desde o início.
Isto se refere, antes de tudo, à fé e diz respeito à tradição viva da Igreja. Uma expressão peculiar da mesma se dá no culto mariano e na mariologia: “Foi concebido do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem” (Credo). A marianidade e a mariologia da Igreja não são senão outro aspecto da mencionada concentração cristológica.
Sua Santidade João Paulo II
[João Paulo II, Papa. Cruzando o limiar da esperança: Depoimentos de João Paulo II a Vittorio Messori. Tradução Antônio Angonese e Ephraim Ferreira Alves. – Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994, p. 58]

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Vasco Arruda

Amor fati VII: Pessach
Eu acredito em alguma coisa. Você faz força para não acreditar em nada. O Sílvio diz que isso é do século passado, ceticismo é o nome, coisa que andou muito em moda há tempos. Ele cita o nome do sujeito que você lia muito.
– Renan?
– Sei lá. Um nome qualquer. Quem foi esse camarada?
– Um ex-seminarista que escreveu fantasias, num ótimo francês. Sílvio tem razão nesse particular: o ceticismo fica bem no século XIX, mas não sou um homem do século XIX, embora seja cético quanto ao movimento de vocês. Luto apenas para ser homem, independente do tempo, sozinho.
– Você acha isso possível?
– Difícil. Mas não impossível.
Carlos Heitor Cony
[Cony, Carlos Heitor. Pessach: a travessia. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 167.]

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Vasco Arruda

Amor fati VI: O sinal
Na narração bíblica da história de Jacó, vemos que ele passou a noite inteira pelejando com o anjo para que o abençoasse e não o largou enquanto não recebeu a bênção, isto é, a prova de que seu pedido de proteção havia sido aceito.
Assim também quando pretenderdes obter alguma coisa do Cristo interno, não abandoneis o vosso pedido, enquanto ele não vos der um sinal de que foi aceito.
Esse sinal é um sentimento de absoluta calma mental e a convicção íntima de que a dificuldade está resolvida.
Quando tiverdes chegado a esse resultado, sentireis uma inefável vibração de Harmonia com tudo o que vos rodeia, um Amor profundo pela humanidade e pelos vossos “inimigos”, o sentimento da mais perfeita Justiça reinará em vosso coração e a mais clara percepção da Verdade brilhará em vossa mente e, acima de tudo, tereis o completo alívio de vosso fardo.
Lourenço Prado
[Prado, Lourenço. Alegria e triunfo. São Paulo: Pensamento, 2010, p. 83]

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Vasco Arruda

Amor fati V: A Esperança
Eis que dois deles viajavam nesse mesmo dia para um povoado chamado Emaús, a sessenta estádios de Jerusalém; e conversavam sobre todos esses acontecimentos. Ora, enquanto conversavam e discutiam entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles; seus olhos, porém, estavam impedidos de reconhecê-lo. Ele lhes disse: “Que palavras são essas que trocais enquanto ides caminhando?” E eles pararam com o rosto sombrio.
Um deles, chamado Cléofas, lhe perguntou: “Tu és o único forasteiro em Jerusalém que ignora os fatos que nela aconteceram nestes dias?” – “Quais?”, disse-lhes ele. Responderam: “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi profeta poderoso em obras e em palavras, diante de Deus e diante de todo o povo: como nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem redimiria Israel; mas, com tudo isso, faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres, que são dos nossos, nos assustaram. Tendo ido muito cedo ao túmulo e não tendo encontrado o corpo, voltaram dizendo que haviam tido uma visão de anjos a declararem que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas tais como as mulheres haviam dito; mas não o viram!”
Ele, então, lhes disse: “Insensatos e lentos de coração para crer tudo o que os profetas anunciaram! Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória?” E, começando por Moisés e percorrendo todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito.
Aproximando-se do povoado para onde iam, Jesus simulou que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram dizendo: “Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina”. Entrou então para ficar com eles. E, uma vez à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e deu-o a eles. Então seus olhos se abriram e o reconheceram; ele, porém, ficou invisível diante deles. E disseram um ao outro: “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?”
Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém. Acharam aí reunidos os Onze e seus companheiros, que disseram: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” E eles narraram os acontecimentos do caminho e como o haviam reconhecido na fração do pão.
Falavam ainda, quando ele próprio se apresentou no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações?” Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o, então, e comeu-o diante deles.
Depois disse-lhes: “São estas as palavras que eu vos falei, quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras, e disse-lhes: “Assim está escrito que o Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que, em seu Nome, fosse proclamado o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém. Vós sois testemunhas disso. Eis que eu enviarei sobre vós o que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até serdes revestidos da força do Alto”.
Depois, levou-os até Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. E enquanto os abençoava, distanciou-se deles e era elevado ao céu. Eles ficaram prostrados diante dele, e depois voltaram a Jerusalém com grande alegria, e estavam continuamente no Templo, louvando a Deus.
Lc 24,13-53
[Bíblia de Jerusalém. Gorgulho, Gilberto da Silva; Storniolo, Ivo; Anderson, Ana Flora (Coord.). Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. 4ª reimpressão. São Paulo: Paulus, 2006, p. 1833]

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Amor fati IV: O silêncio
No primeiro dia da semana, muito cedo ainda, elas foram ao sepulcro, levando os aromas que tinham preparado. Encontraram a pedra do túmulo removida, mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando perplexas com isso, dois homens se postaram diante delas, com veste fulgurante. Cheias de medo, inclinaram o rosto para o chão; eles, porém, disseram: “Por que procurais entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui; ressuscitou. Lembrai-vos de como vos falou, quando ainda estava na Galileia: ´É preciso que o Filho do Homem seja entregue às mãos dos pecadores, seja crucificado, e ressuscite ao terceiro dia´”. E elas se lembraram de suas palavras.
Ao voltarem do túmulo, anunciaram tudo isso aos Onze, bem como a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. As outras mulheres que estavam com elas disseram-no também aos apóstolos; essas palavras, porém, lhes pareceram desvario, e não lhes deram crédito.
Pedro, contudo, levantou-se e correu ao túmulo. Inclinando-se, porém, viu apenas os lençóis. E voltou para casa, muito surpreso com o que acontecera.
Lc 24,1-12
[Bíblia de Jerusalém. Gorgulho, Gilberto da Silva; Storniolo, Ivo; Anderson, Ana Flora (Coord.). Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. 4ª reimpressão. São Paulo: Paulus, 2006, p. 1832

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Vasco Arruda

Amor fati III: O sacrifício
Jesus foi posto perante o governador e o governador interrogou-o: “És tu o rei dos judeus?” Jesus declarou: “Tu o dizes”. E ao ser acusado pelos chefes dos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Então lhe disse Pilatos: “Não ouves de quanta coisa te acusam?” Mas ele não lhe respondeu sequer uma palavra, de tal sorte que o governador ficou muito impressionado.
Por ocasião da festa, era costume o governador soltar um preso que a multidão desejasse. Nessa ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás. Como estivessem reunidos, Pilatos lhes disse: “Quem quereis que vos solte, Barrabás ou Jesus, que chamam Cristo?” Ele sabia, com efeito, que eles o haviam entregue por inveja.
Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: “Não te envolvas com esse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele”.
Os chefes dos sacerdotes e os anciãos, porém, persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus perecer. O governador respondeu-lhes: “Qual dos dois quereis que vos solte?” Disseram: “Barrabás.” Pilatos perguntou: “Que farei de Jesus, que chamam Cristo?” Todos responderam: “Seja crucificado!” Tornou a dizer-lhes: “Mas que mal ele fez?” Eles, porém, gritavam com mais veemência: “Seja crucificado!” Vendo Pilatos que nada conseguia, mas, ao contrário, a desordem aumentava, pegou água e, lavando as mãos na presença da multidão, disse: “Estou inocente desse sangue. A responsabilidade é vossa”. A isso todo o povo respondeu: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”. Então soltou-lhes Barrabás. Quanto a Jesus, depois de açoitá-lo, entregou-o para que fosse crucificado.
Em seguida, os soldados do governador, levando Jesus para o Pretório, reuniram contra ele toda a coorte. Despiram-no e puseram-lhe uma capa escarlate. Depois, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lhe na cabeça e um caniço na mão direita. E, ajoelhando-se diante dele, diziam-lhe, caçoando: “Salve, rei dos judeus!” E cuspindo nele, tomavam o caniço e batiam-lhe na cabeça. Depois de caçoarem dele, despiram-lhe a capa escarlate e tornaram a vesti-lo com suas próprias vestes, e levaram-no para o crucificar.
Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, de nome Simão. E o requisitaram para que carregasse a cruz de Jesus. Chegando ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar que chamavam de Caveira, deram-lhe de beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas não quis beber. E após crucificá-lo, repartiram entre si suas vestes, lançando a sorte. E, sentando-se ali, montavam-lhe guarda. E colocaram acima da sua cabeça, por escrito, o motivo da sua condenação: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. Com ele foram crucificados dois ladrões, um à direita, outro à esquerda.
Os transeuntes injuriavam-no, meneando a cabeça e dizendo: ”Tu que destróis o Templo e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!” Do mesmo modo, também os chefes dos sacerdotes, juntamente com os escribas e anciãos, caçoavam dele: “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! Rei de Israel que é, que desça agora da cruz e creremos nele! Confiou em Deus: pois que o livre agora, se é que se interessa por ele! Já que ele disse: Eu sou filho de Deus”. E até os ladrões, que foram crucificados junto com ele, o insultavam.
Desde a hora sexta até à hora nona, houve treva em toda a terra. Por volta da hora nona, Jesus deu um grande grito: “Eli, Eli, lamá sabachtháni?”, isto é: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”
Alguns dos que tinham ficado ali, ouvindo-o, disseram: “Está chamando Elias!” Imediatamente um deles saiu correndo, pegou uma esponja, embebeu-a em vinagre e, fixando-a numa vara, dava-lhe de beber. Mas os outros diziam: “Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo!” Jesus, porém, tornando a dar um grande grito, rendeu o espírito.
Nisso, o véu do Santuário se rasgou em duas partes, de cima a baixo, a terra tremeu e as rochas se fenderam. Abriram-se os túmulos e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram. E, saindo dos túmulos após a ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e foram vistos por muitos. O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, ao verem o terremoto e tudo que estava acontecendo, ficaram muito amedrontados e disseram: “De fato, este era filho de Deus!”
Estavam ali muitas mulheres, olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galileia, a servi-lo. Entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Mt 27,11-56
[Bíblia de Jerusalém. Gorgulho, Gilberto da Silva; Storniolo, Ivo; Anderson, Ana Flora (Coord.). Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. 4ª reimpressão. São Paulo: Paulus, 2006, p. 1754]

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Vasco Arruda

Amor fati II: O banquete
Veio o dia dos Ázimos, quando devia ser imolada a páscoa. Jesus então enviou Pedro e João, dizendo: “Ide preparar-nos a páscoa para comermos”. Perguntaram-lhe: “Onde queres que a preparemos?” Respondeu-lhes: “Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha de água. Segui-o até à casa em que ele entrar. Direis ao dono da casa: ´O Mestre te pergunta: onde está a sala em que comerei a páscoa com os meus discípulos?` E ele vos mostrará, no andar superior, uma grande sala, provida de almofadas; preparai ali”. Eles foram, acharam tudo como dissera Jesus, e prepararam a páscoa.
Quando chegou a hora, ele se pôs à mesa com seus apóstolos e disse-lhes: “Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer; pois eu vos digo que já não a comerei até que ela se cumpra no Reino de Deus”.
Então, tomando uma taça, deu graças e disse: “Tomai isto e reparti entre vós; pois eu vos digo que doravante não beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus”.
E tomou um pão, deu graças, partiu e deu-o a eles, dizendo: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. E, depois de comer, fez o mesmo com a taça, dizendo: “Essa taça é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós”.
Lc 22,7-20
[Bíblia de Jerusalém. Gorgulho, Gilberto da Silva; Storniolo, Ivo; Anderson, Ana Flora (Coord.). Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. 4ª reimpressão. São Paulo: Paulus, 2006, p. 1827]

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Vasco Arruda

Amor fati I: Getsêmani
Ele saiu e, como de costume, dirigiu-se ao monte das Oliveiras. Os discípulos o acompanharam. Chegando ao lugar, disse-lhes: “Orai para não entrardes em tentação”.
E afastou-se deles mais ou menos a um tiro de pedra, e, dobrando os joelhos, orava: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!” Apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. E, cheio de angústia, orava com mais insistência ainda, e o suor se lhe tornou semelhante a espessas gotas de sangue que caíam por terra.
Erguendo-se após a oração, veio para junto dos discípulos e encontrou-os adormecidos de tristeza. E disse-lhes: “Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação!”
Lc 22,39-46
[Bíblia de Jerusalém. Gorgulho, Gilberto da Silva; Storniolo, Ivo; Anderson, Ana Flora (Coord.). Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. 4ª reimpressão. São Paulo: Paulus, 2006, p. 1829]