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02. Escritores e a arte da escrita

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Vasco Arruda

Acho que esse livro depende de um milagre. Passo o dia ao lado do telefone, que não toca. Meu Deus! Por que não liga um jornalista dizendo que gostou do meu livro? Minha obra é maior que minhas manias, minhas palavras, meus sentimentos. Por ela me humilho, peco, espero, desespero.
Paulo Coelho
[Morais, Fernando. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008, p. 481.]

Vasco Arruda

A literatura não é só uma decisão, mas uma necessidade. Não tive escolha. Se eu não escrevesse minha vida ficaria inviável. Resolvo todos meus conflitos pela escrita.
Eliane Brum
[Escrita criativa – Os segredos de escritores e professores de Redação Criativa para a realização de um bom texto. Por Alceu Luís Castilho. Revista Língua portuguesa. São Paulo: Editora Segmento, Ano 6, Nº 70, agosto de 2011, p. 42-47

Vasco Arruda

Muitas vezes até hoje tinha pegado na pena para escrever, contudo desistia, tomado pelo medo: é que sinto grande temor – peço a Deus que me perdoe, mas sinto mesmo grande temor das letras do alfabeto, pois são gênios astutos, impudentes e perigosos; se abres o tinteiro, tu as liberas e elas fogem – e, então, como subjugá-las? Animam-se, unem-se, separam-se, não dão ouvidos ao que lhes ordenas, alinham-se no papel, negras, com suas caudas e seus chifres. É em vão que apelas para elas e lhes suplicas, pois são donas de sua vontade. Dançam saltitantes, acasalam-se impudentemente diante de ti, revelam astuciosamente o que não querias confessar e recusam-se a unir aquilo que de mais profundo de teu íntimo luta para sair e falar aos homens.
Nikos Kazantzákis
[Kazantzákis, Nikos. O Pobre de Deus. Tradução Ísis Borges Belchior da Fonseca. – São Paulo: Arx, 2002, p. 20.]