É confortador para quem se propôs, ainda na juventude, dedicar-se ao serviço de seus semelhantes para, assim,…
01. Digressões de um bibliófilo
Sempre me foi complicado encarar a morte. Refiro-me à morte total, plena. A morte fisiológica não é…
Certa vez, alguém que tinha em mente publicar um léxico de símbolos pediu conselho a C. G….
O estabelecimento da tríade universal Deus – Espírito – Matéria, como os elementos de entendimento de todos…
Vou lhes contar como podemos ser elegantes ao usar as palavras. Para isso, vou lhes falar de…
A literatura pode transformar nossa vida. Alain de Botton [Botton, Alain de. Religião para ateus. Tradução de…
Tenho as minhas preocupações voltadas tanto para aquelas pessoas com origem semelhante à minha, como para aquelas que podiam aproveitar melhor as oportunidades, muitas até nascidas em berço de cetim, para não dizer de ouro, posto que todas são dotadas da mesma capacidade de mudar suas histórias de vida, dessa força mágica interior que se encontra na base de todas as grandes realizações do ser humano.
Francisco Castro de Souza
[Souza, Francisco Castro de. Pequenas histórias da vida de Francisco. – Fortaleza: Premius, 2013, p. 112.]
Pedes que eu escreva
o que não sinto.
Mas não posso, amigo.
Não minto.
Pela caneta transborda
o meu ser,
se esvai minha alma
e eu voo pela imaginação
nos campos do desejo.
Não posso amigo,
não vês,
que o que me inspira
a vida está aqui…
Entre uma letra e outra
é que eu vivo a vida.
Irene Madeiro
[Madeiro, Irene. Depois do sol: poesia. – Fortaleza, Premius, 2012. Poesia: A vida me inspira, p. 257.]
Assim temos, então, na sabedoria dos antigos, as três condições para uma vida humanamente autêntica: aceitar a morte e vencer os medos, ser capaz de habitar o presente e se tornar, com isso, um fragmento de eternidade. Temos aí uma bela definição da vida boa, que não passa por Deus nem pela fé, e também não apaga a finitude humana. É o que chamo espiritualidade leiga.
Luc Ferry
[Ferry, Luc. O anticonformista: uma autobiografia intelectual. Luc Ferry; entrevistas com Alexandra Laignel-Lavastine; tradução Jorge Bastos. – Rio de Janeiro: DIFEL, 2012, p. 322.]
Desde que comecei a entrevistar escritores, há pelo menos duas décadas, sempre me impressionei com seu desamparo, com o abandono do homem massacrado pelas leituras que se aderem à obra, e me interessei mais por essas zonas sombrias em que eles travam suas batalhas, pelas pequenas torturas impostas pelo mercado e pela crítica, pelas exigências da vaidade, pela loucura enfim que toma conta de um homem quando ele se posta diante do papel em branco, do que pelas imagens sofisticadas e cheias de glamour que a mídia constrói a seu respeito. A julgar por essa imagem pública, escritores são indivíduos de ânimo firme, sempre cheios de coisas a dizer, que vivem uma rotina espetacular, habitando um mundo restrito, dedicado ao transe, às homenagens e à aventura. Mas escrever inclui farta dose de entrega, de abandono, de devassamento, e impõe um combate contínuo contra o orgulho, o desespero e a solidão, destino que faz dos escritores, quase sempre, seres suscetíveis e irrequietos, que carregam sonhos além de suas forças.
José Castello
[Castello, José. Inventário das sombras. – 3ª. ed. – Rio de Janeiro: Record, 2006, p. 7.]