Press ESC to close

13. De Maria nunquam satis

114 Articles
0 58
Vasco Arruda

A criação da palavra “mariologia” coube ao siciliano Plácido Nigido, que usando o nome do seu irmão Nicolau publicou em Palermo, no ano de 1602, a Sumae sacrae marialogiae pars prima. Também Nigido tem consciência de que é inovador (“primus sine duce”), que se distingue dos outros teólogos, já que propõe “um tratado distinto e separado sobre a bem-aventurada Virgem Maria”.
Stefano De Fiores
[Fiores, Stefano de. Mariologia-Marialogia, p. 850. In: Dicionário de Mariologia. Dirigido por Stefano De Fiores e Salvatore Meo; [Tradutores Álvaro A. Cunha, Honório Dalbosco, Isabel F. L. Ferreira. – São Paulo: Paulus, 1995. – (Dicionários)

0 32
Vasco Arruda

Ao escutar pela primeira vez um refrão meditativo que dizia: “Maria, coloca-me com o teu Jesus”, comecei a meditar sobre o papel de Nossa Senhora na vida de Jesus e em nossa oração. O seu papel na obra da redenção nos é claro. Ela acolheu no seu ventre o Verbo de Deus, o Cristo Jesus. Dele cuidou e amou-o. Esteve junto a ele nas diversas etapas da vida: do presépio à ascensão, sofrendo, sobretudo, com a sua morte dramática na cruz e com a solidão do Sábado Santo. Nem o maior e melhor dos discípulos, em todos os tempos, jamais conseguiu viver de forma tão intensa e singular o que Maria viveu e experimentou de Belém a Jerusalém, caminhando ao lado de Jesus. Maria, como ninguém na história da Salvação, consentiu em deixar Deus entrar, morar e agir em sua vida.
José Carlos Ferreira da Silva
[Silva, José Carlos Ferreira da. – 1ª. ed. – São Paulo: Paulinas, 2009,p. 7. – (Coleçao vida cristã)]

0 29
Vasco Arruda

O anjo espera a tua resposta, ó Maria! Esperamos também nós, ó Senhora, este teu dom que é dom de Deus. Está nas tuas mãos o preço do nosso resgate. Responde depressa, ó Virgem! Pronuncia, ó Senhora, a palavra que a terra e o céu esperam. Dá a tua palavra e acolhe a Palavra; diz a tua palavra humana e concebe a Palavra de Deus; pronuncia a tua palavra que passa e estreita no teu seio a Palavra que é eterna… Abre, portanto, ó Virgem bendita, o teu coração à fé, os teus lábios à palavra, o teu seio ao Criador. Eis, aquele que é o desejo de todas as gentes, está fora e bate à tua porta… Levanta-te, corre, abre! Levanta-te com a tua fé, corre com o teu afecto, abre com o teu consentimento.
São Bernardo
[Citado por: Ravasi, Gianfranco. Tradução de Maria Pereira – TRADUVÁRIOS. Os rostos de Maria na Bíblia. Lisboa: Paulus, 2008, p. 156.]

0 27
Vasco Arruda

Já na minha infância e juventude, professava uma cordial devoção a Maria santíssima. Oxalá tivesse agora a devoção de então! Valendo-me da comparação de Rodríguez, sou como aqueles criados velhos das casas dos grandes que quase não servem para nada, considerados como trastes inúteis, conservados na casa mais por compaixão e caridade que pela utilidade de seus serviços. Assim sou eu no serviço da rainha dos céus e da terra: por pura caridade e misericórdia me aguenta (…).
Santo Antônio Maria Claret
[Claret, Santo Antônio Maria. Autobiografia. Edição para língua portuguesa (Brasil) preparada por Brás Lorenzetti, Oswair Chionzini. – São Paulo: Editora Ave-Maria, 2008, p. 63.]

Vasco Arruda

Na jornada contínua em busca da unidade plena, a Igreja Católica Romana e as Igrejas de Comunhão Anglicana têm, por muitos anos, considerado inúmeras questões relativas à fé que compartilhamos e a maneira como a articulamos na vida e na adoração nas nossas duas famílias de Fé. Submetemos as Declarações de Acordo à Santa Sé e à Comunhão Anglicana para comentários, esclarecimentos adicionais, se necessário, e união de consentimentos que sejam harmoniosos com a fé de anglicanos e católicos romanos.
Ao organizarmos estas Declarações de Acordo, concentramo-nos nas Escrituras e na tradição comum que antecede a Reforma e a Contra-Reforma. Como nos documentos anteriores da Comissão Internacional Anglicano-Católica Romana – ARCIC, procuramos usar uma linguagem que reflita o que temos em comum e que transcende as controvérsias do passado. Ao mesmo tempo, nesta Declaração temos de enfrentar definições dogmáticas que são parte essencial da fé dos católicos romanos, mas que são em grande parte estranhas à fé dos anglicanos. Os membros da ARCIC, com o passar do tempo, empenharam-se na aceitação da maneira de fazer teologia de católicos e anglicanos e consideraram, juntos, o contexto histórico em que certas doutrinas foram desenvolvidas. Ao fazer isso, aprendemos a ver de nova maneira nossas próprias tradições, iluminadas e aprofundadas pela compreensão e apreciação das tradições de cada um.
Alexander J. Brunett, Arcebispo de Seattle, EUA; Peter F. Carnley, Arcebispo de Perth e Primaz da Igreja Anglicana da Austrália
[Comissão Internacional Anglicano-Católica Romana. Maria: Graça e esperança em Cristo. Tradução Débora Balancin. São Paulo: Paulus, 2005. -Prefácio dos co-presidentes, p. 5. – (Coleção oikoumene)]

1 37
Vasco Arruda

Maria conserva e medita a Palavra em seu coração. Em sua vida a Palavra ainda semente encontra terreno propício para germinar, crescer e dar frutos.
Nossa Senhora é o exemplo concreto da Parábola do Semeador: Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um. (Marcos, 4,20).
Maria escuta e não deixa escapar a mensagem, ela acolhe – acolher é receber com amor – e conserva o que foi revelado em seu íntimo, meditando-a em seu coração… em terra boa.
O coração – na Sagrada Escritura – representa o centro da alma, a pessoa toda inteira sem divisão. É lá que Maria, dia e noite, macera os desígnios de Deus, medita. A vida da mãe de Deus é constante oração.
(…)
O primeiro passo para imitarmos Maria é termos intimidade com a Palavra. É a paixão e o amor pela Sagrada Escritura que fazem com que o Verbo de Deus se encarne em nossa carne e assim nos tornamos fecundados pela Palavra.
Pe. Luís Erlin
[Erlin, Luís. Imitação de Maria: o segredo de sermos agraciados por Deus. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2008, p. 73-74.]

3 59
Vasco Arruda

Pero, ¡oh, dichosos aquellos que se llegan a la Virgen com espíritu de auténtica devoción! Ella es certamente madre de todos; pero asiste com um amor especial a quienes le profesan uma íntima y cordial devoción.
San Lorenzo de Brindis
[Sermón Quinto: La Virgen María, excelsa abogada nuestra, p. 427. Em:San Lorenzo de Brindis. Marial: Maria de Nazaret, “Virgen de la Plenitud”. Traducción del latín por Agustín Guzmán Snacho y Bernardino de Armellada; Introducción, notas e revisión por Bernardino de Armellada. Madri, Espanha: Biblioteca de Autores Cristianos, 2004.]

0 32
Vasco Arruda

O jugo e o peso imposto pelo Senhor a São João de cuidar de Nossa Senhora, foi verdadeiramente um jugo suave e um peso ligeiro. Quem não teria, de fato, vivido de muito boa vontade com aquela Mãe que havia trazido nove meses no seu seio o Verbo Encarnado e com ele passado 30 anos na mais plena e doce devoção? Quem não sente inveja do predileto do Senhor, que, na ausência do Filho de Deus, pôde desfrutar a presença de sua Mãe? Mas, se não erro, também nós, rezando, podemos pedir à benignidade do Verbo Encarnado, para nós e por nosso amor ao crucificado, que nos diga: “Eis a tua mãe!”. E que ele diga à sua Mãe, a nosso respeito: “Eis teu filho!”. O Senhor não é avaro da sua graça, desde que nos aproximemos do seu trono com fé, confiança e coração não fingido, mas verdadeiro e sincero.
São Roberto Belarmino
[Belarmino, São Roberto. As sete palavras de Cristo na Cruz. Citado em: Sgarbossa, Mario. Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente: com uma antologia de escritos espirituais. Tradução Armando Braio Ara. – São Paulo: Paulinas, 2003, p. 527.]

9 431
Vasco Arruda

Sendo o orixá Iemanjá considerado arquétipo na etnia iorubá, tendo em sua origem a função de Mãe das águas doces, dado o seu povo viver às margens do rio Obá, com o transporte dos negros para o Brasil, em maior número para a Bahia, passaram a viver na orla marítima, tornando-se, mais tarde, pescadores. O mar passou a ser para eles a grande Mãe e a figura de Iemanjá, e, em homenagem a esta, o bonito ritual marítimo das procissões com embarcações ornamentadas, as flores lançadas ao mar, a entrada nas águas, os votos etc. Ao mesmo tempo, presidindo a frota engalanada, o barco-chefe, enfeitadíssimo, conduzindo o andor com a imagem de Nossa Senhora da Conceição, aclamada com cânticos da Igreja, aplausos e fogos. Esse comportamento popularmente espontâneo é o que leva muitos antropólogos e estudiosos a tecerem infinitas explicações, os escritores a exporem seus conceitos e a imaginação popular a criar lendárias fantasias e saborosas interpretações.
Elias Leite
[Leite, Elias. Maria e Iemanjá no sincretismo afro-brasiuleiro (simbiose e arquétipo). São Paulo: Editora Ave-Maria, 2003, p. 35.]

10 217
Vasco Arruda

E lá continuávamos nós novamente na batalha, mais renovados e mais felizes, pois sabíamos que não estávamos sós. E assim, com o tempo, acabamos por aprender com a Mãe muitas coisas… Entre elas foi dizer algo muito especial: – “Maria, passa na frente!” Quando fazíamos isto, as batalhas eram vencidas, as portas trancadas se abriam, as pessoas certas surgiam no caminho para nos ajudar, os corações endurecidos à nossa frente amoleciam, o demônio corria embora, a coragem retornava! Não importava o que tínhamos a fazer, orávamos e dizíamos: “Maria, passa na frente!” porque Ela nos mostrou o poder extraordinário que há nesse pedido! É como achar a chave certa para a fechadura de uma porta trancada e ouvir o clique do abrir.
Denis e Suzel Bourgerie
[Bourgerie, Suzel e Denis. Maria, Passa na Frente! 37ª. ed. Campinas, SP: Edições Logos, s/d, p. 5.]