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13. De Maria nunquam satis

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Vasco Arruda

Hoje em dia, tanto entre católicos como entre os não-católicos de todo o mundo, acredita-se que Maria, a mãe de Jesus, não pode servir como uma fonte de inspiração para a mulher moderna. Definida e interpretada por homens celibatários, a tradicional mariologia tem pouco a dizer a respeito dos desafios e das aspirações das mulheres no mundo atual. As homilias dos dias de festas marianas feitas pelos sacerdotes tendem mais a alienar e a frustrar as mulheres da comunidade do que a inspirá-las. Não surpreende que muitas optem por ignorar totalmente Maria, dando preferência a figuras bíblicas como as irmãs Marta e Maria, ou Maria Madalena, conhecida como “a apóstola dos apóstolos” na Igreja primitiva, por ter sido ela a primeira a testemunhar a Ressurreição.
Tina Beattie
[Beattie, Tina. Redescobrindo Maria a partir dos Evangelhos. Tradução Silvio Neves Ferreira. – 3ª. ed. – São Paulo: Paulinas, 2007, p. 3. – (Coleção Maria em nossa vida).]

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Vasco Arruda

O Concílio Ecumênico Vaticano II afirma que “Maria avançou em peregrinação de fé” (Lumen Gentium, VIII, 58). Embora fosse toda de Deus na santidade de seu ser e na abertura de sua alma, mesmo depois de ter sido atingida pela graça de intimidade com o Filho e com o Espírito Santo, ela crescia na compreensão da verdade da fé. A compreensão progressiva incluía tanto o mistério e a missão de seu Filho quanto sua própria missão de mãe e de colaboradora. Maria ignorava as consequências de seu sim generoso. Apenas conhecia o essencial: seu filho era Filho de Deus e Salvador. Em consonância, as Escrituras dão a entender o conhecimento de Maria, de claridade em claridade, na condição de peregrina na fé.
Dom Edson de Castro Homem
[Homem, Dom Edson de Castro. Maria da nossa fé. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 33. – (Coleção arte e mensagem)]

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Vasco Arruda

A visitação de Maria é uma visita de amizade e serviço. Encontro cheio de mistério e da alegria de Deus. Porque – e a vida de Maria nos ensina a cada instante – os grandes mistérios de Deus se realizam através da banalidade quotidiana de toda a vida humana. Porque Maria leva em seu corpo Jesus (que ela concebeu em seu coração e em seu corpo), a visita que ela faz a sua prima toma um novo sentido. A alegria que a inunda é a alegria dos tempos messiânicos, essa alegria na qual os cristãos celebrarão mais tarde o festim eucarístico, a alegria que encherá a terra por ocasião da segunda vinda de Cristo.
Irmão Marie Leblanc
[Irmão Marie Leblanc. O dia-a-dia de Maria. Tradução de José Joaquim Sobral. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2005, p. 31. (Série Virgem Maria; 7)]

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Vasco Arruda

Em Deus se mira e para sempre se mirará… Ele é o primeiro a olhá-la, como pai que se encontra em seu filho. Filha de Deus, Maria é seu reflexo, sua imagem, seu espelho. Se ela não é a Palavra, é entretanto uma palavra de Deus, a fim de testemunhar a Palavra. Como o Filho faz ver o Pai, a filha irradia o Filho. Do Pai ao Filho e do Filho a Maria há um jogo idêntico de espelhos. A complacência do Pai é toda inteira por seu Filho (cf. Mateus 3,17 e 17,5). Mas a do filho, ela se derrama sobre Maria antes de transbordar sobre todos os homens. Maria, a Bendita entre todos, é o primeiro espelho de Cristo, imagem da Imagem, verdade primeira sendo o fruto da verdade, de seu filho que é a verdade em si, absoluta, divina.
Pe. Jean-Marie Burucoa
[Burucoa, Pe. Jean-Marie. Espelhar-se em Maria. Tradução de Alexandre Alves de Almeida. – São Paulo: Editora Ave-Maria, 2005, p. 49. – (Série Virgem Maria; 6)]

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Vasco Arruda

O maior título que se reconhece a Maria é precisamente sua maternidade divina, esse é seu título de glória, que exprime também sua vocação. Maria foi suscitada pela graça para ser mãe. No entanto, ela não poderia ser especificamente a “Mãe de Deus” se não tivesse sido preservada de todo pecado desde sua concepção. À glória de Maria corresponde um imenso mistério inicial, uma obra extraordinária da misericórdia divina, sua concepção imaculada, pela qual tudo foi possível… porque, para Deus, nada é impossível! Falar da Imaculada Conceição de Maria é falar de sua pureza original. Maria é, por graça, pura, inteiramente pura, isto é, preservada de todo pecado, de todo mal, e até mesmo da corrupção da carne. Grande é esse mistério…
Jean-Claude Michel
[Michel, Jean-Claude. A Imaculada Conceição, promessa de pureza. 2ª. ed. Tradução de José Joaquim Sobral. – São Paulo: Editora Ave-Maria, 2005, p. 7. (Série Virgem Maria; 5)]

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Vasco Arruda

O dogma sobre a assunção foi particularmente objeto de uma séria preparação para uma consulta da Igreja universal, que chegou ao reconhecimento da evidência da fé, ao povo cristão. O que pode parecer mais audacioso, na promulgação que Pio XII fez sobre a assunção, a 1º de novembro de 1950, é a ausência de todo fundamento escriturístico “direto”. Os teólogos protestantes reagiram assaz vivamente diante dessa situação, agravando o clima de desconfiança com relação às antigas noções de deusa guia.
Jean-Claude Michel
[Michel, Jean-Claude. Assunção de Maria, um êxtase de amor. Tradução de José Joaquim Sobral. – São Paulo: Editora Ave-Maria, 2005, p. 7. – (Série Virgem Maria; 4)]

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Vasco Arruda

O Magnificat convida a uma descoberta desse mundo interior em que Deus aguarda cada homem, no íntimo do coração. Maria não confunde sua alma com seu espírito, está muito familiarizada com a vida interior, conhece esse ponto de junção entre a alma e o espírito em que a Palavra age.
Pierre Dumoulin
[Dumoulin, Pierre. O Magnificat: uma escola de oração. Tradução José Joaquim Sobral. – São Paulo: Editora Ave-Maria, 2003, p. 19.]

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Vasco Arruda

Existe uma ligação de continuidade evidente entre a devoção (no bom sentido da palavra) ao Menino Jesus “vivo em Maria” apreciada pela Escola Francesa e a doutrina espiritual de Teresinha do Menino Jesus. Por que Teresinha ou Bernadete foram a tal ponto transformadas pelo sorriso da Virgem? A mais bela filha do mundo não pode dar senão o que tem: seu sorriso dá os oceanos de amor do Coração de Jesus porque ele lhe comunicou “seu Espírito, seus dons, seus tesouros imensos, e sua vida…”
Pe. Etienne Richer
[Richer, Etienne. Maria, sorriso de Deus. Tradução José Joaquim Sobral. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2003, p. 50.]

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Vasco Arruda

A vida de oração mariana nos alcança pouco a pouco – uma alma e uma vida “mariformadas”, conforme a ideia preferida pelos contemplativos do Carmelo – e por Monfort, por seu turno. O que nós citamos a respeito dele resumia já o essencial disso. No século XVII, o carmelita Miguel de Santo Agostinho escreveu um livro intitulado: Vie mariformée em Marie, pour Marie. O Pe. Laurentein apresenta-o assim: “ … Disse que esta vida mariformada é uma vida em conformidade com a vontade de Maria. Para viver em Maria é preciso ´esforçar-nos´ por conservar e aumentar em nós uma conversação filial, afetuosa e inocente da alma, uma respiração amorosa para Maria… de maneira que o amor para com ela e por ela seja um suave fluxo e refluxo. Viver por Maria ´e consumir suas forças a fim de que Maria seja, em todas as coisas, honrada, glorificada e amada; que seu reino seja promovido no reino de seu Filho Jesus´. Esta vida atinge sua perfeição quando a alma se deixa formar e animar pelo espírito de Maria até ser transformada nela, de maneira que Maria vive e tudo faz nela”.
Pe. Daniel Lacouture