Estamos muito próximos de mais uma votação para presidente da república e outros cargos públicos importantes. Na semana em que escrevo esse texto, parece que “o circo pegou fogo” nas redes sociais, e fica muito difícil não se envolver nas inúmeras discussões e comentários que surgem.
Procuro ser bastante seletivo e não saio dando curtidas ou descurtidas pra todo lado. Li um pequeno texto do querido amigo João Vale Neto, professor de Yoga do CEBB (Centro de Estudos Budistas Bodisatva), e fiquei refletindo sobre o caos em que estamos, que aparentemente aumentou, mas na realidade já está assim há muito mais tempo! Leia com bastante atenção.
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As mulheres já estão sendo mortas pelos seus companheiros, os povos tradicionais já estão sendo exterminados, expulsos ou colonizados, o povo LGBT continua sendo perseguido e assassinado, o povo pobre e negro continua sendo discriminado, criminalizado, sub-valorizado e assassinado.
O apocalipse não está vindo não.
Para muitas pessoas, o apocalipse é o modus operandi da sociedade.
O chocante agora é que o apocalipse ganha corpo e fala em alto e bom som.
Mas ele já vinha atuando em plena atividade e agora podemos vê-lo falar e ver o seu raciocínio.
Por isso, não é só sobre alguém enlouquecido mas é sobre o tempo que o construiu. Tempo que nos construiu.
E cá estamos.
Logo, nossas questões são muito mais comprometedoras.
Como não ser um voyer do apocalipse?
Como me comprometer com a solidariedade?
Como deixar de lado a sensibilidade viciada da posse e do acúmulo e começar o trabalho orgânico da partilha?
João Vale Neto
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Talvez você não esteja lembrado, mas a palavra apocalipse significa “revelação”. O que o João disse nesse texto é a mais pura verdade. Grandes catástrofes que seriam as revelações da bíblia sagrada dos cristãos, estão acontecendo “a todo vapor” nesse exato instante. E a palavra que mais resume tudo se chama INTOLERÂNCIA. Por coisas mínimas pessoas têm sido assassinadas. Mesmo com todo tipo de cuidados e segurança, assaltos acontecem 24h por dia. Mulheres, mesmo com um comportamento sério, recatado, usando roupas que não despertam atração sexual alguma, são estupradas diariamente. Milhares e milhares de pessoas LGBT são perseguidas pelos homofóbicos de plantão, muitos delas são assassinadas brutalmente… O que é tudo isso senão essa “revelação” de que as coisas degringolaram de uma forma espantosa?
O que mais me espanta é que essa “revelação” está escancarada inclusive nas palavras de candidatos à presidência da república. Nem mesmo disfarce e polidez no discurso eles têm!
Mas estou escrevendo esse texto com um intuito bem diferente. O que você leu até agora lerá a vontade em outros sites ou mesmo nas redes sociais!
O foco está no final do texto do João:
Como não ser um voyer do apocalipse?
Como me comprometer com a solidariedade?
Como deixar de lado a sensibilidade viciada da posse e do acúmulo e começar o trabalho orgânico da partilha?
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Ele tocou nos pontos principais que podem contribuir para a mudança definitiva da sociedade não só brasileira, mas mundial.
Desde o tempo dos grandes sábios como Sócrates ou Platão, ou mesmo mestres orientais ainda mais antigos, existem diversos tratados explicando que o EGOÍSMO está presente em todas as mazelas da sociedade.
O egoísmo é curado através da partilha, não apenas de bens materiais, mas da partilha das experiências de vida, e acima de tudo, da partilha do nosso TEMPO, que obviamente é o nosso bem mais precioso.
Eu amo a palavra solidariedade. Ela não vem de solidão, como a sonoridade da palavra sugere. Ela deriva de sólido, ou seja, a solidariedade se dá na solidez das relações humanas. Relações pautadas no amor universal, na ética, na generosidade, na benquerença etc.
Quero falar sobre algo que aprendi recentemente e que você não lerá ou ouvirá de muitas pessoas. A gente pensa que a política não tem mais jeito de mudar, de ser diferente. O mais comum é repetirmos a máxima: “Os políticos são todos corruptos”. Falamos isso porque é mais cômodo. Dizer isso só fortalece que fiquemos teclando no celular ou no PC um montão de reflexões, aqui acolá os famosos “textões”, que nada mais são do que maneiras de tentar convencer os outros de que estamos certos e de que todos os outros estão errados…
Esse caminho não vai levar ninguém a lugar nenhum! Precisamos olhar para dentro de nós mesmos. E aqui está a ideia que quero transmitir. Aprendi ouvindo uma palestra do espiritualista Sri Prem Baba e também alguns textos do mestre oriental Osho.
O Prem Baba disse que numa sociedade mais equilibrada e feliz, um pré-requisito absolutamente fundamental de alguém que se candidate a cargos públicos seria a MEDITAÇÃO. E se fosse provado que a pessoa não medita seria excluída imediatamente, por melhor que fosse o currículo, mesmo que fosse formada em Harvard.
Já o Osho falava de forma bem direta: “Sem meditação, nada feito…”.
Essas ideias são verdadeiramente revolucionárias, porque a meditação tem esse poder imenso de nos fazer acessar nossa essência mais profunda, que só exala amor, paz, união, generosidade, partilha, amizade etc.
Estamos o tempo todo voltados para fora, inclusive esperando que os políticos sejam uma espécie de “Messias”, de salvadores que venham resolver todos os nossos problemas num passe de mágica…
É um equivoco pensar assim, mas infelizmente, esse é o pensamento prevalecente entre as massas!
Você quer mesmo diminuir esse apocalipse? O caminho é esse que eu e o querido João Vale estamos propondo.
E não adianta pensar que essa ideia é fantasiosa, é utópica, porque é justamente o contrário. A maior utopia é ficar alimentando todas essas brigas, discussões e campos de guerra nas redes sociais e esperar que no final tudo fique bem e sejamos um país de primeiro mundo!
Há muito, muito mais a ser refletido sobre essa temática. Mas o resumo de tudo é esse: olhe um pouco mais para dentro de você mesmo. Seja solidário, no mais bonito da palavra, tenha solidez interior buscando a meditação ou algo que conecte você com a sua essência.
Dessa maneira, acredite! Você estará contribuindo imensamente mais do que seguindo esse script pra lá de manjado, o apocalipse – modus operandi da nossa sociedade…