Jornalista Daiana Garbin revela sua jornada contra transtorno alimentar e obsessão da forma perfeita
Na contagem regressiva para a chegada do Ano Novo, muitas pessoas não cumpriram sua promessa de emagrecer ou melhorar a aparência física e se sentem frustradas por não conseguirem alcançar seu objetivo. Ou pior: devido a uma demanda muita grande, de uma sociedade “perfeitinha” e que tem de si mostrar bem e feliz, ligada 24h, nas redes sociais, a pessoa, mesmo indo à academia, seguindo orientação alimentar, realizando procedimentos estéticos, sente-se insatisfeita com o que vê no espelho e na imagem postada na Internet.
Essas frustrações podem resultar em diversos problemas, o mais comum deles, digamos assim, é o distúrbio alimentar, motivado pelo transtorno de preocupação excessiva com a aparência (transtorno dismórfico corporal), relatado com muita transparência e coragem pela jornalista Daiana Garbin (34 anos), mulher do apresentador Tiago Leifert e ex-repórter da TV Globo, em seu livro “Fazendo as pazes com o corpo”, Editora Sextante. “Não adianta as pessoas dizerem que você está bem, você não escuta, não aceita a própria imagem”, diz ela que sofreu por 20 anos calada, antes de buscar ajuda.
No livro, Daiana escreve abertamente sobre todo o processo de sofrimento, descoberta e a importância da busca por tratamento médico e apoio da família. Antes de procurar ajuda, ela fez dezenas de dietas malucas para emagrecer, além de três lipoaspirações e durante toda a vida adulta tomou remédios para emagrecer e laxantes.
Apresentador Tiago Leifert ao lado da esposa Daiana Garbin, no lançamento do livro “Fazendo as pazes com o corpo”, Editora Sextante.
APOIO DA FAMÍLIA
Daiana faz um alerta especial aos pais de jovens e crianças que mantêm relação conflitante com a comida e são obsessivos pela forma física. “Eu recebo muitas mensagens de meninas adolescentes dizendo que os pais não compreendem o transtorno alimentar”. Uma doença que soa como um grito de adolescentes que, muitas vezes, “tentam se sentir parte de alguma coisa”, colocam a saúde em risco e ai é que mora o perigo.
Então, se você está com uma adolescente que sofre com um problema com o corpo, não pense que ela é fútil. “Quando a gente quebra a perna, a gente não hesita em ir ao médico. E, quando a gente está com uma dor na alma, no coração, porque a gente tem vergonha de ir ao médico?”, indaga Daiana, que só parou de tomar os medicamentos depois do ultimato de Tiago Leifert, antes do casamento, em 2012, que disse: “ou eu ou os remédios para emagrecer?”.