A sensibilidade da Unimed Fortaleza em se voltar para o parto humanizado, na construção do Hospital Materno Infantil, no bairro Guararapes, em Fortaleza, com inauguração prevista para dezembro de 2020, motivou-me a pesquisar sobre qual é o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o assunto. Fiquei surpresa.
Encontrei as diretrizes que a OMS estabeleceu, no ano passado, sobre os padrões de atendimento globais para mulheres grávidas saudáveis com o objetivo de reduzir intervenções médicas desnecessárias.
São orientações que me fez pensar como o poder de decisão e de escolha de nós, mulheres, no momento de dar à luz, são colocados de lado. Muitas das vezes, o nosso desejo não é respeitado pela equipe de saúde que nos atende, infelizmente.
1 – “A gravidez não é uma doença e o nascimento é um fenómeno normal, que se pode esperar que a mulher complete sem intervenção”, defende Olufemi Oladapo, do Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS.
2 – As equipas médicas e de enfermagem não devem interferir no trabalho de parto de uma mulher de forma a acelerá-lo, a menos que existam riscos reais de complicações.
3 – Um trabalho de parto que progride com uma taxa de dilatação do colo do útero menor do que 1cm por hora não seria considerado normal. Agora, a orientação é: uma taxa de dilatação cervical mais lenta por si só não deve servir de indicação para acelerar o parto ou o nascimento.
4 – Embora a taxa de cesariana varie de acordo com a região do mundo, a OMS vê um aumento geral nesta prática, que considera perturbador. A OMS também está preocupada com as intervenções usadas anteriormente para evitar partos complicados se terem tornado comuns.
5 – Mesmo quando a intervenção médica é necessária, é preciso incluir as mulheres na tomada de decisões sobre os cuidados que recebem.
6 – As mulheres tem o direito à tomada de decisão na gestão da dor e nas posições escolhidas durante o trabalho de parto e ainda o respeito pelo seu desejo de um parto totalmente natural, até na fase de expulsão.