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O 49º Festival de Brasília foi encerrado na noite de terça-feira com não apenas uma, mas três boas notícias para o cinema cearense. Único filme local a participar da mostra competitiva de longas-metragens, “O Último Trago”, de Ricardo Pretti, Pedro Diógenes e Luiz Pretti, ficou com os troféus candango de melhor montagem (Clarissa Campolina), atriz coadjuvante (Samya de Lavor) e direção de fotografia (Ivo Lopes Araújo). O filme é uma realização do Coletivo Alumbramento, um dos mais importantes movimentos cearenses na Sétima Arte.

Filmado no Cumbe (Aracati), Missi (Irauçuba), Pecém e Fortaleza, “O Último Trago” é uma história de resistência e empoderamento que surge em volta de Valéria, um espírito de uma índia guerreira. O longa foi produzido pela Alumbramento em co-produção com a Bananeira Filmes (RJ).

O grande premiado da noite foi o luso-mineiro “A Cidade Onde Envelheço”, de Marília Rocha, que ficou com quatro prêmios, incluindo melhor longa-metragem e direção. Ao todo, foram distribuídos 12 prêmios na mostra principal do festival, um dos mais tradicionais e importantes do circuito brasileiro.

Outro destaque cearense da noite foi, mais uma vez, Ivo Lopes Araújo. Talvez o grande diretor de fotografia do cinema autoral brasileiro contemporâneo, o cearense teve seu trabalho reconhecido duas vezes. Além do prêmio por “O Último Trago”, Ivo teve sua fotografia premiada ainda pelo curta mineiro “Solon”, de Clarissa Campolina.

Confira abaixo a lista completa de premiados:

PRÊMIOS OFICIAIS
FILME DE LONGA-METRAGEM
Melhor Filme de longa-metragem – R$ 100 mil
A cidade onde envelheço, de Marília Rocha.

Melhor Direção – R$ 20 mil
Marília Rocha, por A cidade onde envelheço.

Melhor Ator – R$ 10 mil
Rômulo Braga, por Elon não acredita na morte.

Melhor Atriz- R$ 10 mil
Elisabete Francisca e Francisca Manuel, por A cidade onde envelheço.

Melhor Ator Coadjuvante – R$ 5 mil
Wederson Neguinho, por A cidade onde envelheço.

Melhor Atriz Coadjuvante – R$ 5 mil
Samya de Lavor, por O último trago.

Melhor Roteiro – R$ 10 mil
Davi Pretto e Richard Tavares, por Rifle.

Melhor Fotografia – R$ 10 mil
Ivo Lopes, por O último trago.

Melhor Direção de Arte – R$ 10 mil
Renata Pinheiro, por Deserto.

Melhor Trilha Sonora – R$ 10 mil
Pedro Cintra, por Vinte anos.

Melhor Som – R$ 10 mil
Marcos Lopes e Tiago Bello, por Rifle.

Melhor Montagem – R$ 10 mil
Clarissa Campolina, por O último trago.

Prêmio Especial do Júri Oficial:
Pelo rigor na abordagem e contextualização de uma tragédia brasileira que dura séculos, pela emoção no desenho de uma etnia espoliada e desterritorializada, tema da curadoria desse festival, o prêmio especial vai, por unanimidade, para
Filme: Martírio, de Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita.

FILME DE CURTA OU MÉDIA-METRAGEM
Melhor Filme de curta ou média metragem – R$ 30.000,00
Quando os dias eram eternos, de Marcus Vinicius Vasconcelos.

Melhor Direção – R$ 10.000,00
Fellipe Fernandes, por O delírio é a redenção dos aflitos.

Melhor Ator – R$ 5.000,00
Renato Novais Oliveira, por Constelações.

Melhor Atriz – R$ 5.000,00
Lira Ribas, por Estado Itinerante.

Melhor Roteiro – R$ 5.000,00
Fellipe Fernandes, por O delírio é a redenção dos aflitos.

Melhor Fotografia – R$ 5.000,00
Ivo Lopes Araújo, por Solon.

Melhor Direção de Arte – R$ 5.000,00
Thales Junqueira, por O delírio é a redenção dos aflitos.

Melhor Trilha Sonora – R$ 5.000,00
Dudu Tsuda, por Quando os dias eram eternos.

Melhor Som – R$ 5.000,00
Bernardo Uzeda, por Confidente.

Melhor Montagem – R$ 5.000,00
Allan Ribeiro e Thiago Ricarte, por Demônia – Melodrama em 3 atos.

Premio Especial do Júri
Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares.

PRÊMIO DO JÚRI POPULAR (filmes escolhidos pelo público, por meio de votação em cédula própria)
Melhor Filme de longa-metragem – R$ 40 mil
Martírio, de Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita.

Melhor Filme de curta ou média-metragem – R$ 10 mil
Procura-se Irenice, de Marco Escrivão e Thiago Mendonça.

OUTROS PRÊMIOS
TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI OFICIAL
Melhor Filme de longa-metragem: R$ 80 mil
Catadores de história, de Tânia Quaresma.

Melhor Filme de curta-metragem: R$ 30 mil
Rosinha, de Gui Campos.

Melhor Direção: R$ 12 mil
Vladimir Carvalho, por Cícero Dias, o compadre de Picasso.

Melhor Ator: R$ 6 mil
Edu Moraes, de A repartição do tempo.

Melhor Atriz: R$ 6 mil
Maria Alice Vergueiro, de Rosinha.

Melhor Roteiro: R$ 6 mil
Vladimir Carvalho, por Cícero Dias: o compadre de Picasso.

Melhor Fotografia: R$ 6 mil
Waldir de Pina, de Catadores de história.

Melhor Montagem: R$ 6 mil
Marcius Barbieri, Rafael Lobo e Santiago Dellape, por A repartição do tempo.

Melhor Direção de Arte: R$ 6 mil
Andrey Hermuche, de A repartição do tempo.

Melhor Edição de Som: R$ 6 mil
Micael Guimarães, de Cora Coralina – todas as vidas.

Melhor Trilha Sonora: R$ 6 mil
Dimir Viana, André Luiz Oliveira, Renato Matos, Claudio Vinícius e GOG, por Catadores de história.

TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI POPULAR
Melhor filme de longa-metragem: R$ 20 mil
Cora Coralina – todas as vidas, de Renato Barbieri.

Melhor filme de curta-metragem: R$ 10 mil
Das raízes às pontas, da diretora Flora Egécia.

PRÊMIO ABCV – ASSOCIAÇÃO BRASILIENSE DE CINEMA E VÍDEO
Conferido pela ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo a profissional do audiovisual do Distrito Federal
Mallu Moraes (atriz).

PRÊMIO CANAL BRASIL
Cessão de um Prêmio de Aquisição no valor de R$ 15 mil e o troféu Canal Brasil
Melhor Filme de curta-metragem selecionado pelo júri Canal Brasil
Filme: Estado itinerante, de Ana Carolina Soares.

PRÊMIO ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)
Melhor Filme de longa-metragem
Pela hábil conexão entre a gramática do documentário e da ficção. Pelo retrato que conjuga a perspectiva de um personagem com as transformações de um Brasil rural. Pela apropriação original da estética do western e o uso potente do som.
Filme: Rifle, de Davi Pretto.

Melhor Filme de curta-metragem
Pela sensibilidade na forma com que filma os espaços urbanos. Pela qualidade do trabalho das atrizes, com experiência profissional ou não. Pela forma com que retrata uma violência física e simbólica, valorizando o que está fora de quadro.
Filme: Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares.

About the Author

André Bloc

Redator de Primeira Página do O POVO, repórter do Vida&Arte por seis anos, membro da Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine).

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