Bethe Correia: mãos pesadas e língua afiada | Foto: UFC/Divulgação

Bethe Correia: mãos pesadas e língua afiada | Foto: UFC/Divulgação

O mês de maio acabou, o carrasco dos brasileiros, Chris Weidman, se manteve como campeão e os atletas cearenses perderam a invencibilidade em 2015, após massacre de Carlos Condit diante de Thiago Pitbull. Apesar disso, na última semana, tivemos uma atuação empolgante de Rony Jason e a conquista de Yan Lucas Pica-Pau, que trouxe a medalha de ouro do Mundial realizado na Califórnia.

Nos últimos dias, houve algumas situações que me fizeram refletir sobre o UFC em solo brasileiro e a atuação jornalística no meio das lutas. Quem esteve ligado nos noticiários também viu Bethe Correia se mostrando cada vez mais como a versão feminina de Conor McGregor no âmbito da provocação. Chega de papo furado e vamos para mais um Boletim Semanal! Se você está por fora do que rolou nos últimos dias, é hora de se atualizar!

Pitbull ‘quebrado’
Carlos Condit fez valer sua envergadura diante do cearense Thiago Pitbull e deu show na trocação. O americano abusou das cotoveladas, uma delas atingiu e quebrou o nariz o brasileiro. Apesar da derrota, o ex-dançarino de forró merece todos os aplausos dos fãs pelo coração enorme. Não se entregou nem mesmo com o nariz machucado e totalmente ensaguentado!

É campeão!
Yan Lucas Pica-Pau mostrou a força do jiu-jítsu da Gracie Barra. O cearense venceu o Mundial de Jiu-Jítsu da International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF), realizado na Califórnia, nos Estados Unidos, no último sábado! Parabéns, fera!

Rony Jason finalizador
O campeão do TUF Brasil 1 já havia alertado ao Blog Clube da Luta, do O POVO, que se Damon Jackson o levasse para o chão, ele daria um beijo no adversário. O duelo foi para o solo e Jason finalizou com um triângulo. Só faltou o beijinho. A atuação dominante do cearense lhe rendeu o prêmio de US$ 50 mil pela ‘Performance da Noite’. Espero que Rony continue focado e interessado no MMA. Veja a vitória do lutador no UFC Goiânia em 10 imagens.

‘Bethe McGregor’
A potiguar Bethe Correia deu uma guinada na carreira e furou a fila do peso galo feminino, chegando ao posto de desafiante da campeão. Com língua afiada, ela conseguiu trilhar um caminho semelhante ao do irlandês falastrão, que ganhou a oportunidade de disputar o cinturão de José Aldo sem ter enfrentado um top 5 da divisão.

A última provocação de Bethe rendeu até um pedido de desculpa. “Ela não é uma pessoa boa de cabeça, precisa se cuidar. Está cheia de gente em volta dela, está vencendo, mas quando cair na real e ver que não é tudo isso, nem sei o que poderá acontecer. Espero que ela não se suicide (risos)”, provocou Correia em entrevista ao Combate. Em seguida, a potiguar pediu perdão pelas palavras pesadas, após saber que o pai de Ronda cometeu suicídio. “Não sabia do que aconteceu com seu pai. Sou humilde o suficiente para pedir desculpas. Família é uma coisa abençoada para mim. Te vejo no UFC 190”, escreveu no Twitter.

UFC no Brasil
A última jornada do UFC em solo brasileiro deve fazer a direção repensar os planos. O show em Goiânia esteve bem abaixo, no que diz ao público, do que os últimos eventos. Cerca de 3.500 pessoas compareceram à Arena Goiânia para assistir ao card encabeçado por Condit x Pitbull. Em 2013, a mesma cidade sediou Belfort x Henderson, com mais de 10 mil nas arquibancadas.

Espero que tenha ficado claro aos dirigentes que os brasileiros não vão aceitar qualquer card “meia boca” no Brasil. O diretor-geral do Ultimate no Brasil, Giovani Decker, culpou a crise econômica pelo público abaixo da média. “A gente sabe que o Brasil passa por uma crise econômica. Isso reflete em todas as áreas da economia e acaba refletindo aqui nos eventos. Por outro lado, em termos de venda de pay per view e assinantes do Canal Combate, a gente está atingindo números históricos. Se não atingiu isso hoje na venda de ingressos, o MMA continua batendo números históricos e arrebenta por outro lado. A gente continua muito bem, obrigado”, contou ele.

Profissionalismo no MMA
É preciso ressaltar a seriedade da profissão de jornalista na cobertura esportiva no mundo das lutas. O jornalismo com credibilidade trabalha com a verdade e com a informação relevante de interesse público. Nas últimas semanas, pessoas ligadas ao esporte, que andam confusas sobre qual o papel de um jornalista, procuraram o Clube da Luta, do O POVO, perguntando quanto nós, jornalistas, cobraríamos por uma matéria. Como meu papel é informar – a nossa equipe tem o compromisso com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, principalmente com:

Art. 7º O jornalista não pode:

IX – valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais.

‘Jacaré é superior ao Rockhold’
O campeão dos pesos médios, Chris Weidman, considera Ronaldo Jacaré um adversário mais completo do que o americano Luke Rockhold. Apesar disso, o carrasco de brasileiros disse que atropela qualquer um dos dois. Tanto faz! “Eu vou atropelar qualquer um desses caras. Rockhold é bem completo, mas ele não é ótimo em nenhum lugar. Ele não é o melhor golpeador que já enfrentei, não é o melhor lutador de jiu-jítsu que já enfrentei. Jacaré traz um elemento diferente, ele é muito bom no chão e é provavelmente mais perigoso em pé do que Rockhold. Rockhold é bem completo e mantém um bom ritmo por toda a luta. São dois lutadores completamente diferentes. Se eu fosse dizer qual deles é mais perigoso, provavelmente seria o Jacaré, mas há mais buracos no jogo dele do que no do Rockhold”, relatou o americano em entrevista ao site “MMA Hour”.

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Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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