Um passeio pela história de Fortaleza. Quem vai participar da 14ª Meia Maratona de Fortaleza, no próximo domingo, não vai apenas disputar mais uma prova de corrida de rua das várias que são realizadas na capital cearense durante o ano. Em 2016 ela tem um atrativo a mais que está servindo de estímulo aos corredores.

O novo percurso irá levar os atletas por pontos da cidade que contam toda a história de Fortaleza, da sua fundação, progresso, momentos marcantes, aos dias de hoje. Locais que trazem momentos de evolução da pequena Vila de Nossa Senhora à quinta maior capital do Brasil, com mais de dois milhões de habitantes aos 290 anos de idade.

A largada dos 5km e 10km é na Praça da Vitória, local onde está o monumento ao soldado inaugurados em 8 de maio de 2001 pelo Exército Brasileiro, em homenagem aos ex-combatentes que tombaram na II Guerra Mundial.

A praça está localizada ao lado do Forte de Nossa Senhora da Assunção, atual 10ª Região Militar. O forte foi construído em 1649 sob o nome de Fort Schoonenborch quando o Ceará foi invadido pelos holandeses.

Acidente aéreo
Uma tragédia que poucos recordam marca o caminho seguinte da prova. Durante a comemoração de inauguração de um dos trechos da avenida Leste Oeste, oficialmente chamada de Presidente Castelo Branco, em 1973, um avião xavante que fazia apresentações, caiu sobre três casas na rua Gomes Parente.  Mais de 10 pessoas morreram.

Ainda na Leste-Oeste os corredores passam pela Capela de Santa Terezinha, obra inaugurada em 1928 e tombada como patrimônio histórico pelo município em 1986. Subindo o viaduto, os atletas seguem para o Centro da cidade e suas dezenas de pontos históricos.

Primeiro pela Emcetur, antigo presidio da capital, a Santa Casa de Misericórdia, inaugurada em 1861. Foi o primeiro hospital de Fortaleza. Fica em frente ao Passeios Público, oficialmente chamada de Praça dos Mártires.

Passeio Público e , ao fundo, o prédio da Santa Casa. História da cidade passa por aqui

O local foi palco de vários momentos históricos da cidade. Ali foram executados em 1825 os revolucionários da Confederação do Equador: Azevedo Bolão, Feliciano Carapinima, Francisco Ibiapina, Padre Mororó e Pessoa Anta. Em 1890 ela foi reformada, adotando estilo neoclássico, e passou a ser ponto obrigatório da elite.

Ali também foi berço do futebol cearense com as primeiras partidas de futebol sendo disputadas por marinheiros de navios ancorados no porto, ingleses residentes em Fortaleza e cearense.

Centrão
Os corredores seguem depois pela avenida Barão do Rio Branco, passando por todo o Centro, até a Praça do Carmo. Segundo os historiadores o local era um grande areal até o final do século XIX. Havia uma lagoa em frente a praça, onde hoje funciona um estacionamento e o Banco do Brasil. A igreja foi construída em 1906.

A próxima parada importante é a Praça do Ferreira, coração da Capital, e ponto ainda dos principais acontecimentos culturais e políticos de Fortaleza.  Por ali quem teve muita fama foi o bode Ioiô, uma espécie de mascote da cidade e que hoje está exposto no Museu do Ceará. A chegada é na Praça da Vitória, após uma grande descida ao lado do Passeio Público.

 

Visual marcante
Para quem vai disputar os 10km, o passeio histórico é ainda maior, com passagens pelos antigos galpões e prédios da Praia de Iracema, com destaque pelo prédio da Sefaz, a Caixa Cultural, prédio de 1891, onde funcionou a antiga alfândega e Centro Cultural Dragão do Mar. Antes do retorno para o Centro, os corredores passam pela praia, diante da Iracema Guardiã, inaugurada em 1996 um dos ícones de Fortaleza.

Já nos 21 km, além de todos esses pontos, soma-se a bela orla da Praia do Futuro e da Beira Mar, cartões postais de Fortaleza. Verdade que não dá para parar de correr e apreciar todos esses locais. Mas vale a pena apreciar o visual, saber a importância de chão que se está correndo e agendar depois uma passagem com bem mais calma.

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Felix Luis

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