Assisto diariamente pessoas falarem de qualidade de vida, quando elas próprias formulam seus próprios limites, tendendo buscar crescimento e se permitindo a regredir em suas próprias convicções, um exemplo disso ouvi de uma filha que trouxe ao consultório seu pai de oitenta anos, ela relatava, enquanto eu e o Sr. seu pai éramos ouvintes, às necessidades de fazer fisioterapia, caminhar na beira mar, encontrar com seus amigos, ir a igreja, tomar seus remédios, fazer exames periódicos, digo quase que semanalmente esse senhor vai a médicos e realiza exames, sem contar que esses médicos muitas vezes são da mesma especialidade, mais segundo a dedicada filha se faz necessário ouvir várias opiniões, ela ainda relata “quando o assunto é saúde não podemos nos acomodar com apenas uma opinião.”
Sou fisioterapeuta há 15 anos o que descrevi acima é apenas uma citação de todos esses anos de clínica fisioterapêutica e estou nesse momento para promover uma interação com a sociedade através desse instrumento de comunicação, tratar de mitos e verdades segundo a ciência da fisioterapia e os vários profissionais dessa área ou outros profissionais de saúde que desejem manifestar suas opiniões. Esse blog tem como objetivo primordial informar na íntegra os recursos existentes que possam favorecer a saúde e o bem estar da sociedade. Dessa forma voltemos analisar o caso descrito no início dessa matéria, através de uma autora francesa, a fisioterapeuta TÉRÈSE BERTHERAT em um dos seus livros: O corpo tem suas razões. Ela cita: “Neste instante, esteja onde estiver, há uma casa com seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada. Não chega a morar nela. Essa casa, teto que abriga suas recônditas e reprimidas lembranças é o seu corpo.” Ao analisar o texto da autora e o caso acima citado indago quem de fato tinha que está relatando suas necessidades, a filha e suas ansiedades ou o pai, porque não dizer o homem de 80 anos, o verdadeiro morador desse corpo, o ser responsável por todo esse tempo de moradia, com suas eficiências e limitações, no meu papel de terapeuta interferi o monólogo que até então se manifestava naquele ambiente, e perguntei àquele que provavelmente seria um novo cliente, o Sr. faz alguma atividade física? “O mesmo respondeu prontamente “sim, eu faço, gosto de todos os dias regar as plantas do meu jardim”, a filha logo interferiu, “Ele acha que isso é importante, precisamos dizer que não é o suficiente, o bom mesmo é caminhar na beira mar. Essa circunstância não é rara por chegarmos ao cúmulo de construir novos calendários da longevidade e ainda nos impregnar com conceitos engessados determinando a hora, o dia e principalmente a idade de fazermos algo.