Devem ser vacinadas crianças com mais de um e menos de sete anos em todos os municípios dos estados que não atingiram a meta  

A Campanha de Vacinação de Seguimento contra o Sarampo, prevista para encerrar nesta sexta-feira (16), foi prorrogada até o dia 30 deste mês. Até agora, mais de 16 milhões de crianças, entre um a menores de sete anos, foram imunizadas contra a doença em todo o país. O número corresponde a 94,70 % do público alvo, que é de 17.094.514. A meta é vacinar 95% da população desta faixa etária. (Confira os resultados da vacinação abaixo)

Devem ser vacinadas crianças com mais de um e menos de sete anos, de todos os municípios, nos estados que não atingiram a meta. Dos oito estados (SP, MG, RJ, RS, PE, BA, CE e AL) que começaram a campanha na primeira fase, dia 18 de junho, apenas a Bahia terá a prorrogação da campanha.  A vacina é a única maneira de proteger contra o sarampo. Até mesmo as crianças que já tomaram a vacina, devem ser imunizadas novamente.  

O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, explica que a prorrogação da campanha permitirá aos gestores estaduais identificar os municípios que não atingiram a meta, para intensificar a campanha nessas localidades. “É importante que todas as crianças sejam vacinadas contra o sarampo para que esta doença não volte a circular no país”, observou o secretário.

Para a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, os estados com baixos índices de imunizações são mais vulneráveis a surtos da doença, principalmente aqueles com grande fluxo de turistas. Ela ressalta que em muitos países o sarampo ainda é uma doença endêmica. “Se houver a importação de casos, pode ocorrer a transmissão do vírus. Por isso, é muito importante que todos os estados alcancem a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde”, observou.

Investimento– O Ministério da Saúde investiu R$ 146,7 milhões na compra e distribuição das doses, agulhas e seringas (a vacina é injetável); e repassou mais R$ 16,3 milhões aos estados e municípios, para organizarem a campanha nos municípios, nas duas etapas da campanha.

A Campanha de vacinação contra o sarampo ocorre em intervalos de três a cinco anos para reforçar a proteção das crianças contra a doença e manter o Brasil sem transmissão disseminada do vírus. Planejada para 2011, a campanha aconteceria, em todo o país, na segunda etapa da vacinação contra a paralisia infantil, dia 13 de agosto. Porém, com o surto de sarampo na Europa, o Ministério da Saúde, juntamente com estados e municípios, decidiu antecipar a ação em áreas prioritárias.

Sintomas – O sarampo é uma doença aguda, altamente contagiosa. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, exantema (manchas avermelhadas), coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O período de transmissão varia de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após o surgimento das manchas. A vacina é o meio mais eficaz de prevenção.

Histórico– A vacina contra o sarampo passou a ser utilizada no Brasil em meados da década de 1960, embora sem um plano de continuidade. A doença, introduzida pelos colonizadores na descoberta das Américas, era epidêmica e responsável por elevada mortalidade de crianças, em associação com a desnutrição. Entre 1969 e 1971 era a principal causa de mortalidade em crianças entre um e quatro anos de idade na América Latina, segundo estudo conduzido pela OPAS.  Na década de 70, no Brasil, a letalidade era de 5% do infectados. A partir dos anos 90, a estratégia de vacinação ganhou reforço, alcançando coberturas acima de 95% na última década, com a adoção em todo o país da vacina triplice viral para crianças de um ano. Em 2010, o Ministério da Saúde solicitou à OPAS (Organização Panamericana de Saúde) a certificação de país livre da doença.

Em 2011, até 19 de julho, os estados e os municípios notificaram ao Ministério da Saúde a ocorrência de 18 casos de sarampo no Brasil, relacionados vírus do tipo D-4, que circula na Europa. Os seja, são casos importados. As ocorrências foram relatadas nos estados do Rio Grande do Sul (7), Rio de Janeiro (4), São Paulo (3), Bahia (1), Mato Grosso do Sul (1), Piauí (1) e no Distrito Federal (1). É importante ressaltar que, desde 2000, o vírus selvagem não circula no país.

Resultados da vacinação por UF 
 

UF Total
Meta Doses Cob.
AC 96.800 80.065 82,71
AM 453.769 347.795 76,65
AP 84.288 68.672 81,47
PA 901.061 725.299 80,49
RO 158.411 136.623 86,25
RR 57.869 41.701 72,06
TO 151.189 141.492 93,59
NORTE 1.903.387 1.541.647 80,99
AL 335.015 323.570 96,58
BA 1.324.102 1.253.929 94,7
CE 791.360 771.819 97,53
MA 783.657 671.311 85,66
PB 356.449 334.653 93,89
PE 841.379 848.674 100,9
PI 307.711 287.763 93,52
RN 292.200 269.950 92,39
SE 207.638 202.556 97,55
NORDESTE 5.239.511 4.964.225 94,75
ES 302.240 294.172 97,33
MG 1.580.409 1.594.991 100,9
RJ 1.235.980 1.192.846 96,51
SP 3.339.134 3.359.529 100,6
SUDESTE 6.457.763 6.441.538 99,75
PR 879.743 823.866 93,65
RS 805.694 802.475 99,6
SC 499.305 482.419 96,62
SUL 2.184.742 2.108.760 96,52
DF 236.967 224.913 94,91
GO 539.567 503.660 93,35
MS 234.108 216.880 92,64
MT 298.474 252.306 84,53
C.OESTE 1.309.116 1.197.759 91,49
BRASIL 17.094.519 16.253.929 95,08 

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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