Resultado de uma pesquisa que começou como hobby ainda na década de 1990, o livro Dicionário da Televisão Brasileira passeia por mais de 60 anos de história de um dos veículos mais importantes do Brasil. Escrito pelo jornalista Thell de Castro, traz 3.200 verbetes que explicam fatos memoráveis da história do televisor no País.
Veio então o processo de verificação cruzando registros de jornais antigos. O esforço foi necessário para trazer a informação mais precisa possível, desde o TV na Taba, primeiro programa a ir ao ar pela TV Tupi, até a novela Sete Vidas (2015), da Rede Globo.
A publicação traz casos curiosos como a produção de Anastácia, a Mulher Sem Destino (1967), que precisou mudar o rumo narrativo na metade dos capítulos. Além de formatos que permanecem no ar até hoje, como A Praça da Alegria, de Manuel de Nóbrega (1913-1976). Renasceu em 1987 na Band, quando a emissora chamou Carlos Alberto de Nóbrega para retomar o formato criado por seu pai.
A TV hoje
Castro comenta que a indústria televisiva passa por um momento de adaptação. Ele afirma que as emissoras mantêm cada vez menos público cativo, aquele que se reunia na sala de casa para assistir aos programas, como acontecia nos anos 1970 e 80. Mesmo assim, considera a tevê brasileira uma das mais “criativas” do mundo.
Para ele, é preciso inovar no modo de contar histórias, mas deve ser feito com cuidado. “Os últimos grandes fenômenos da teledramaturgia foram tramas tradicionais”, lembrando de Avenida Brasil (2012) e Senhora do Destino (2004). “O público ainda gosta de um bom e velho novelão”.