Governo impõe censura 18 anos para Aquarius; filme rendeu protesto em Cannes

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O longa Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, que chega aos cinemas no próximo dia 1º, recebeu do Ministério da Justiça classificação indicativa de 18 anos. A distribuidora Vitrine Filmes afirma que entrou com recurso, “levando em conta que outros filmes com conteúdos semelhantes receberam classificação indicativa mais branda”, conforme postagem no Facebook da empresa. O recurso foi negado. Em maio deste ano, a sessão de gala do elogiadíssimo filme no Festival de Cannes teve protesto no tapete vermelho contra o afastamento da presidenta Dilma.

“Estamos surpresos com a censura ’18 anos’ dada a Aquarius pelo Ministério da Justiça”, diz a distribuidora em nota. “Respeitamos a decisão do Ministério, mas discordamos dela. De qualquer forma, temos imenso orgulho em distribuir um filme da importância e qualidade de Aquarius e estamos ansiosos pelo seu lançamento no dia 1 de setembro”.

O longa de Kleber Mendonça Filho discute o processo de gentrificação, fenômeno de reestruturação de espaços urbanos com novos empreendimentos, a partir da jornalista aposentada Clara. Viúva e mãe de três filhos adultos, a personagem de Sonia Braga sofre todo tipo de assédio para vender o apartamento onde mora para uma grande construtora que conseguiu adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. O filme se passa em Boa Viagem, no Recife.

Além de Sonia Braga, estão no elenco Maeve Jenkings, Irandhir Santos e Humberto Carrão. Mendonça Filho também assina o roteiro. Aquarius garantiu distribuição em 50 países, incluindo Europa e Ásia. Em mais de 30 países o filme chega pelo formato On Demand. A Netflix fechou um acordo especial e distrui o filme na América do norte, América Latina (com exceção do Brasil), Austrális, Nova Zelândia, Grã-Bretanha e Ásia (com exceção da China).

Assista ao trailer:

O lançamento na capital pernambucana foi no último sábado, 20. Nesta quarta-feira, 24, o filme pré-estreia na Reserva Cultural Niterói.