André Matos fundou as bandas Viper, Angra, Shaman, teve consistente carreira solo e impressionante repercussão internacional. Foi o músico que fez heavy metal tocar em novela. Só não foi vocalista do Iron Maiden, chegou a revelar, pelo simples fato de ser latino.
Morreu neste sábado, 8, aos 47 anos, vítima de ataque cardíaco fulminante. Estava em turnê comemorativa com o Shaman. E, no último domingo, 2, cantou com o Avantasia em São Paulo.
André Matos é dos grandes, desses que influenciam toda uma geração e marcam vidas. Marcou a minha. Lembro demais de quando, mais ou menos no começo da adolescência, via os discos de metal de um tio e entre eles estavam alguns do Angra. Lembro muito da imagem do Holy Land (1996). Lembro também de ficar abismado pela grandeza do som.
Em 2009 o vi pela primeira e única vez, já em carreira solo, em show numa dessas barracas da Praia do Futuro. O show atrasou. Meu pai, que sempre me buscava, decidiu esperar. André entrou lá pelas tantas da madrugada e só terminou de manhã. Voltei pra casa ouvindo um monte do meu pai, mas muito feliz.
Foi um show histórico com orquestra. Registrado para virar um DVD que nunca saiu.
O metal foi a porta de entrada para eu me tornar alguém que efetivamente gosta de música. E gosta mais ainda de ir aos shows. De comprar o disco e vestir a camisa da banda.
André Matos deixa um legado muito bonito.
E cantou o melhor conselho que alguém poderia dar: sigamos em frente.
“Carry On“, o power metal que acabou se tornando o grande hino do Angra, é uma canção sobre permanência, sobre aprender com os erros, a ser sozinho e fazer disso lei de sobrevivência. É também sobre acreditar e ter um objetivo. E, principalmente, sobre seguir em frente e a possibilidade de encontrar um significado para vida.
Talvez seja justamente essa trajetória da vida de cada um e a importância da memória que ajudem a formar esse tal sentido. Ou talvez eu só esteja sendo romântico. Sigamos em frente.