Álbum tem produtores como BloodPop, Ryan Tedder e Max Martin, gente que traz Madonna, Britney Spears e Adele no currículo

Capa do álbum Chromatica, de Lady Gaga

Chromatica, sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, está entre nós. Artista abraça pop dançante, com o qual fez carreira, pela primeira vez desde o controverso Artpop (2013) – recepção do álbum fez Gaga explorar outras vertentes da música, além de escrever de vez seu nome na história da TV e do cinema.

Com repercussão relativamente morna para um registro tão aguardado, “Stupid Love” abriu os trabalhos da era Chromatica em fevereiro. Em maio, foi a vez de mostrar ao mundo Rain On Me“, parceria poderosa com Ariana Grande. Música foi lançada exatos três anos após o atentado em Manchester.

A faixa foi a maior estreia de uma música internacional no Spotify Brasil, segundo a própria plataforma. Foram 822 mil reproduções em pouco mais de 24 horas. O recorde anterior, de 630 mil plays, era de Taylor Swift com “Look What You Made Me Do”, do polêmico Reputation (2017).

Na véspera de Chromatica, Gaga revelou a última prévia do disco antes do lançamento, a explosiva “Sour Candy“, com BLACKPINK. Nela, a artista sampleou o hino da disco music “What They Say”, de Maya Jane Coles. Música já havia virado referência para outros artistas, incluindo Katy Perry em “Swish Swish”.

Destaque para a bela “Sine From Above” (ft. Elton John) – parceria é a cereja do bolo, trazendo ares de vulnerabilidade lírica e um respiro para um disco com cara de playlist – e os potenciais hits “911” e “Plastique Doll“.

Além de brilhar nas colaborações, a trilogia de interlúdios que dá nome ao disco ambienta o espaço-tempo do próprio universo dançante/sci-fi de Gaga, estabelecido na sequência, que vai de “Alice“, um ode à própria personalidade que Gaga criou durante a carreira, a momentos ora explosivos como “Free Woman” e “Replay“, ora seguros demais para uma artista que é grandiosa em sua própria diversidade criativa.

Embora seja um disco linear, sem mudanças evidentes de ritmo, tem nuances que resgatam o pop oitentista e referências do europop – coisa que a artista fez mais nos primeiros discos – e do EDM, que explodiu nos anos 70. O apelo à nostalgia também foi visto em Future Nostalgia, lançado recentemente por Dua Lipa.

Babylon” encerra a jornada cósmica de Gaga tão bem quanto o clássico “Edge of Glory“, no icônico Born This Way (2011), e “Angel Down“, do subestimado Joanne (2016). Chromatica é cheio de bons momentos e, embora não seja um álbum tão plural quanto Lady Gaga, é triunfo da artista que ao retornar às origens reivindica pertencimento às pistas.

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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