Nessa reta final de primeiro semestre, o Ceará chega ao seu melhor momento da temporada. Depois de altos e baixos, da demissão de Dado Cavalcanti e da desconfiança inicial com Silas, o time alvinegro encontrou o equilíbrio tanto na parte defensiva como na ofensiva. A transformação começou após a derrota para o Fortaleza no dia 7 de março, pela 4ª rodada da 2ª fase do Campeonato Cearense. Naquele duelo o tricolor engoliu o alvinegro pelos lados do campo. Os comandados de Silas vinham jogando no 4-4-2 em losango (4-3-1-2), esquema que congestiona o meio, mas tem dificuldades para atacar e marcar pelos lados do campo. Prato cheio para o Fortaleza de Marcelo Chamusca, que atua no 4-2-3-1, buscando as triangulações pelos lados. Resultado: o Ceará foi dominado, perdeu por 2 a 1 e então Silas começou a ver que uma mudança era necessária.
Na partida seguinte, diante do River, o técnico alvinegro ainda insistiu no 4-4-2 em losango, mas voltou a se decepcionar. O time não conseguiu se impor diante dos piauienses, se mostrando previsível e sem opções pelos lados do campo. A vitória só veio após a mudança, saindo do burocrático 4-4-2 em losango para o 4-3-3, que sem a bola varia para o 4-2-3-1.
Depois disso, Silas não resistiu e efetivou o 4-3-3/4-2-3-1. Hoje o Ceará tem uma forma de jogar bem definida, é um time organizado e que preenche melhor os espaços. Soma-se a isso a subida de produção de Marinho, que caiu como uma luva aberto pela direita, jogador voluntarioso com muito vigor físico. Já Assisinho, contestado pelas atuações em grandes jogos, tem crescido na recomposição, apesar de ainda contribuir pouco ofensivamente. Outro que mudou seu posicionamento e logo se adaptou foi Ricardinho, que tem participado menos do jogo como meia, mas tem sido mais decisivo por estar mais perto do gol.