A permanência do técnico Silas no comando do Ceará pode sim ser considerada uma surpresa, especialmente se levada em conta a conhecida filosofia da diretoria do alvinegro, que não tem nenhum constrangimento em trocar de treinador, independente de conquistas ou tempo de clube.
Abaixo, listo os motivos que fizeram o técnico permanecer, por enquanto.
1. A diretoria sabe que ela própria é alvo da insatisfação dos torcedores. Os protestos deixaram isso evidente. Os dirigentes demoraram a fazer as reposições no elenco com qualidade – e ainda não conseguiram – e culpar apenas o treinador seria um tiro no pé, interpretada até como uma espécie de covardia e transferência de responsabilidade;
2. Entende a diretoria que os jogadores estão incluídos nos motivos relevantes pela atual situação da equipe, que ocupa a zona de rebaixamento, com quatro pontos em 18 disputados. A cobrança também será feita diretamente ao elenco, que tem toda a estrutura para desempenhar um bom papel;
3. Silas não é mais unanimidade na diretoria, que cogitou sim a sua saída, mas há uma gratidão em relação ao título da Copa do Nordeste, conquistado recentemente. Como a equipe perdeu peças e também jogadores se machucaram, o técnico, que pessoalmente é admirado por todos os diretores, vai ganhar oportunidade para tentar reconstruir o jeito da equipe atuar;
4. Ao dar um pouco mais de tempo ao atual técnico – que jamais foi alvo dos protestos da torcida, apesar de não ter apoio direto e irrestrito – a diretoria ganha oportunidade para pensar em novos nomes caso necessário, sem contratar com pressa, algo que já ficou evidente não dá certo no clube. O tempo para Silas, entretanto, não será longo. Contra o Bahia, sábado, será a sua primeira nova chance e das mais difíceis.