Pressionado pela torcida, até com boa dose de exagero, em função do futebol instável apresentado no começo desta temporada (torcedor só apoiou na vitória sobre o Ceará), o Fortaleza vai anunciar seis, sete ou oito contratações em breve, praticamente para todos os setores do campo.
Dos atuais 29 jogadores, o elenco deve subir para 35, 36 ou 37 atletas, mesmo parâmetro que terminou a temporada passada, situação que denota uma preferência por quantidade e não qualidade. Mais ainda: mostra que a formação inicial do elenco, de forma precoce, não agradou e é inferior ao do ano passado, um parâmetro importante a se considerar.
As possibilidades financeiras e o fato do Fortaleza disputar a Série C formam uma combinação que dificulta a contratação de jogadores mais relevantes. É possível compreender, mas nem sempre a torcida consegue. Também em função de tais aspectos – além da necessidade de começar um trabalho do zero após decepções por não conseguir chegar até a Série B – os atuais comandantes do futebol tricolor optaram por um grupo mais raçudo e brigador do que propriamente mais técnico. Já escrevi sobre isso aqui..
Assim, com um elenco inchado, lógico que a folha de pagamento vai aumentar. Além disso, Hemerson Maria, treinador que também está sob desconfiança das arquibancadas, mas parece, pelo menos por enquanto, ter a justa confiança da diretoria, não vai conseguir usar tantas opções, inclusive porque os atletas são de características semelhantes. Ele precisa de variação.
O cenário, portanto, merece atenção. Nada está perdido, é injusto uma cobrança excessiva ainda em janeiro, começo de fevereiro. No Pici, entretanto, ninguém esconde que a formação do grupo visa o acesso, mas antes da Série C, por mais óbvio que possa parecer, há o Campeonato Cearense, a Copa do Nordeste e o início da Copa do Brasil. O ano não começa na primeira rodada do Campeonato Brasileiro.