Não é segredo para ninguém e remonta do início do século passado o amor que os dirigentes de Ceará e Fortaleza nutrem pelos atletas rivais. Confirmando ano após ano o ditado “quem desdenha quer comprar”, é absolutamente comum que jogadores até então tricolores se tornem alvinegros e vice-versa. São inúmeros exemplos.
Qual mal há nisso? Em tese, nenhum, a não ser a falta de criatividade, mas estamos falando de profissionalismo, escolhas de carreira e entendimento dos clubes que tais atletas podem ajudar.
O caso mais recente é o de Pio, que nem no Fortaleza estava e, sim, no Linense (dois gols em 10 jogos). Volante e lateral direito com quase 90 partidas pelo Fortaleza ele chega para compor o elenco do Ceará. Será reserva de Raul ou Richardson, titulares absolutos, ou de Cametá, que faz sua melhor temporada defensiva pelo A, pelo menos por enquanto (Cametá, ex-Fortaleza também).
A análise sobre a chegada de Pio ao Ceará deve obedecer ao critério técnico, tático e de comportamento, em absoluto pelo fato dele ter atuado no rival ou não. E o jogador, desde que tenha cabeça no lugar, algo que faltou em vários momentos pelo Fortaleza (é um colecionador de cartões amarelos e vermelhos esdrúxulos), tem potencial para ajudar, especialmente na Série B, uma competição que exige bom elenco e jogadores competindo para dar trabalho na escalação para o técnico. São 17 gols pelo tricolor – número alto pelas posições que atua – boa movimentação e versatilidade.
Em tempo. O goleiro Fernando Henrique também foi anunciado para ser terceiro reserva da equipe, mas só uma contusão tem potencial para tirar Éverson do gol do Ceará. Ou então uma negociação.